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Jornalista brasileiro desaparece na Líbia

O jornalista brasileiro Andrei Netto, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, está há mais de uma semana sem contato direto com o diário e foi preso na Líbia pelo governo do ditador Muammar Gadaffi, informou na manhã desta quinta-feira (10) Lourival Sant’Anna, outro enviado pelo jornal brasileiro ao país, em entrevista à rádio Eldorado. A empresa de comunicação divulgou um comunicado sobre o fato nesta quarta-feira (9) apontando para a possibilidade de prisão, confirmada hoje pelo colega do jornalista.

Na noite desta quarta-feira (9), a publicação confirmou, após conversa com o vice-ministro das Relações Exteriores da Líbia, Khaled Qaim, que a notícia da prisão era "provavelmente correta". Sant’Anna informou ter obtido a confirmação do status do brasileiro e disse que o Ministério das Relações Exteriores tenta tomar providências para libertar o jornalista.

Até o último domingo (6), havia contato indireto entre Netto e a empresa, por motivos de segurança, e as informações eram de que Netto estava bem, apurando informações na região de Zawiya, a 50km da capital, Trípoli. Sant’Anna informou que o colega foi preso ao sul de Zawiya com outro profissional de imprensa e um guia líbio.

Sant’Anna está no leste da Líbia, na região de Ras Lanuf, que tem sofrido bombardeios aéreos e marítimos.

Chegada no dia 19

Andrei Netto chegou à Líbia no dia 19 de fevereiro, pela fronteira com a Tunísia. Desde então, seguiu em direção a Trípoli, mas parou em Zawiya devido aos ataques intensos à cidade.

O jornalista atuava como correspondente em Paris e já participou de diversas coberturas internacionais importantes.

Nesta quarta-feira, uma equipe da TV britânica BBC relatou ter sido presa e agredida por tropas do ditador líbio. Eles também afirmaram terem ouvido sons de gritos e de pessoas sendo torturadas.

Chefes de Estado se reúnem com rebeldes

Líderes de vários países iniciaram uma série de reuniões com rebeldes líbios para discutir a crise no país. A presidente da Suíça, Michéline Calmy-Rey, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, são alguns dos líderes que se encontraram com os rebeldes líbios nesta quarta-feira ou que terão reuniões nesta quinta-feira (10), informou a agência de notícias France Presse.

Desde que criado, o Conselho Nacional de Transição (CNT), que controla o leste da Líbia, ganhou simpatia de parte da comunidade internacional, mas seu principal pedido, a criação de uma zona de exclusão aérea, permanece incerto.

O CNT, criado por representantes dos rebeldes que se opõem, desde 15 de fevereiro, às forças de Gaddafi – no poder há mais de 40 anos -, foi oficializado em 5 de março e se declarou como "o único representante da Líbia".

O órgão líbio tem como seu presidente o ex-ministro da Justiça da Líbia, Mustafah Abdel Jalil. Gaddafi ofereceu uma recompensa pelo político superior a R$ 600 mil, de acordo com a TV estatal.

Enquanto isso, Gaddafi enviou seus próprios emissários para negociar com a comunidade internacional. Nesta quarta-feira, eles viajaram para Egito, Bélgica, Malta e Portugal.

 

R7

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