O júri do processo que acusa o médico Conrad Murray do homicídio culposo de Michael Jackson reinicia nesta segunda-feira (7) sua deliberação, depois de ter discutido o caso durante a sexta-feira (4) sem chegar a um veredicto. É preciso haver uma conclusão unânime entre os jurados para que a corte apresente sua sentença.
Os sete homens e cinco mulheres que compõem o corpo de jurados se reúnem a partir das 14h30 (horário de Brasília) para decidir se o médico de 58 anos é ou não responsável legal pela morte de Michael Jackson, causada por intoxicação aguda de propofol.
O cardiologista era médico pessoal do cantor, a quem administrava diversos sedativos, entre eles o anestésico propofol, para combater sua insônia.
Na manhã de 25 de junho de 2009, Murray administrou propofol ao cantor após outros medicamentos não surtirem efeito durante a noite. Depois disso, se ausentou do quarto de Jackson e,ao voltar, o encontrou aparentemente sem vida.
O júri começou a deliberar sexta-feira (4), na Corte de Los Angeles, um dia depois de promotoria e defesa apresentarem seus argumentos finais. O julgamento começou em 27 de setembro.
Panorama
A promotoria foi contundente em sua intenção de demonstrar os erros profissionais cometidos pelo médico em seu tratamento, mas os jurados pode concluir, com base na presunção de inocência, que foi o vício em medicamentos e não uma eventual negligência de Murray a causa da morte do cantor.
Segundo declaração do especialista legal Richad Herman à CNN, os jurados “têm que comprovar se houve negligência criminal, e não apenas imprudência médica”. Se existe a possibilidade de que o artista tenha tomado a dose fatal sozinho, como alega a defesa, “o júri não vai condenar, porque nunca saberemos o que aconteceu no quarto”, afirmou o especialista.
Se for considerado culpado, Murray pode ser condenado a uma pena de até quatro anos de prisão, além de perder definitivamente sua licença para praticar medicina.
Julgamento
O promotor David Walgren disse, em seu discurso final, que a negligência do médico privou os filhos de Jackson de seus pais “e o mundo de um gênio”. Resumindo o que classificou como uma evidência “impressionante” contra Murray, Walgren afirmou que o médico inventou mentiras elaboradas para se proteger após a morte de Michael Jackson.
Por outro lado, a defesa argumentou que o cantor era um “viciado desesperado” que causou sua própria morte ao tomar mais medicamentos enquanto o médico estava fora do quarto. O advogado de Murray, Ed Chernoff, insistiu neste ponto em sua conclusão, mas também questionou a integridade das testemunhas apresentadas pela defesa, além de dizer que os produtores da turnê para a qual Jackson se preparava pressionaram o cantor. "É um peixe pequeno em um enorme tanque imundo”, afirmou sobre Murray.
G1