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Kamala Harris defende transição pacífica e unidade nos EUA em primeiro discurso após derrota eleitoral

Vice-presidente e candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Glendale, Arizona 09/08/2024Julia Nikhinson/Pool via REUTERS

Em seu primeiro pronunciamento após a derrota nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Kamala Harris defendeu uma transição pacífica de poder e apelou à união nacional, afirmando que “lutar pela liberdade sempre vale a pena”. A vice-presidente e candidata democrata derrotada disse aos apoiadores que o resultado das urnas não era o que ela esperava, mas que a vontade dos eleitores deve ser respeitada.

Projeções da Associated Press indicam que Kamala Harris conquistou 226 delegados no Colégio Eleitoral, enquanto Donald Trump atingiu os 270 necessários para retornar à Casa Branca. Durante seu discurso, Kamala agradeceu o apoio do público, mencionando sua família, o presidente Joe Biden e o vice de sua chapa, Tim Walz, reforçando o compromisso de continuar na defesa dos ideais democráticos.

“Meu coração está pleno de gratidão pela confiança que vocês tiveram em mim e pelo amor pelo nosso país,” declarou Harris. “A luta pela liberdade sempre vale a pena, e estamos prontos para enfrentar os desafios pela frente.”

Reconhecimento da derrota e mensagem de união

Kamala Harris enfatizou a importância de aceitar o resultado das eleições como um princípio fundamental da democracia americana. Ela relatou que conversou com Donald Trump, parabenizando-o pela vitória e assegurando que sua equipe contribuirá para uma transição de poder ordeira.

“Temos que aceitar o resultado da eleição. Mais cedo, falei com o presidente Trump e o parabenizei por sua vitória. Disse a ele que nossa equipe ajudará na transição e que garantiremos uma transferência pacífica de poder,” afirmou Kamala, em um gesto que visa reforçar o comprometimento com a estabilidade do país.

Reflexão sobre a campanha e defesa de direitos

Harris também refletiu sobre sua campanha presidencial, que durou pouco mais de três meses após a retirada de Joe Biden da disputa. Ela destacou o engajamento de sua base de apoiadores e a união de diversas comunidades em torno de questões centrais, como o direito reprodutivo das mulheres, uma das bandeiras da democrata.

“Em 107 dias, criamos uma comunidade unida pelo amor ao nosso país. Fizemos nossa campanha com alegria e com o entendimento de que temos muito mais em comum do que aquilo que nos separa,” afirmou.

Kamala prometeu durante a campanha levar ao Congresso um projeto de lei para restaurar o direito ao aborto em todo o território americano, um dos temas que marcaram sua plataforma eleitoral.

Reafirmação do compromisso com a democracia

No discurso, Harris reiterou seu compromisso com a Constituição, afirmando que a lealdade dos americanos deve ser dirigida a ela, e não a qualquer presidente ou partido. Apesar de reconhecer a derrota, ela garantiu que continuará lutando por liberdade, justiça e oportunidades para todos.

“A democracia americana se distingue por esse princípio: a aceitação dos resultados eleitorais. Isso é o que nos diferencia de tiranias,” afirmou Harris, que ao longo da campanha criticou Trump como uma ameaça à democracia, principalmente pelo histórico de questionamento dos resultados das eleições de 2020.

Trajetória histórica

Formada em Direito e Ciências Políticas, Kamala Harris foi procuradora de São Francisco e do estado da Califórnia antes de se tornar senadora em 2017. Em 2020, foi escolhida por Joe Biden como vice em sua chapa, sendo a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos.

Com 60 anos, Harris encerra essa disputa eleitoral destacando seu desejo de ver os Estados Unidos avançarem, apesar do revés político. Se tivesse vencido, ela teria se tornado a primeira mulher eleita presidente no país. Agora, após uma corrida intensa e polarizada, Kamala reafirma que o trabalho pela democracia e pelos direitos fundamentais continua.

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