O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, criticou ontem, domingo (18/02,) os cortes na ajuda humanitária à Palestina anunciados nas últimas semanas por diversos países. Em viagem à Etiópia, o líder brasileiro voltou a classificar como “genocídio” as ações militares perpetradas por Israel na Faixa de Gaza.
“Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, lamentou Lula. O presidente garantiu que o Brasil fará novo aporte de recursos para ações humanitárias na região.
Mais de 10 países – entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Irlanda e Austrália – chegaram a suspender repasses para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). A entidade, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), é a maior responsável por ações humanitárias implementadas na Faixa de Gaza.
Os cortes foram anunciados após Israel denunciar o envolvimento de alguns funcionários da entidade nos ataques realizados pelo grupo palestino Hamas no sul do país, em outubro do ano passado. O governo israelense também defendeu que a UNRWA fosse extinta e substituída por outras agências.
Entre os serviços sociais desenvolvidos pela entidade estão a construção e administração de escolas, abrigos para desalojados e clínicas médicas. Ela também é responsável por distribuição de alimentos. Além disso, a UNRWA é um importante contratante de mão de obra em uma região que conta com boa parte da população desempregada.
Lula disse que além de garantir nova contribuição humanitária, o Brasil vai defender na ONU que o Estado palestino seja reconhecido definitivamente como Estado pleno e soberano. O presidente brasileiro também voltou a se posicionar a favor de uma reforma na ONU, ampliando as participações no Conselho de Segurança e extinguindo o direito de veto mantido por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a viagem que fez à África é a mais importante já realizada por ele.
“Essa continua sendo uma realização extremamente importante porque eu pude falar com quase a totalidade dos países africanos que eu nunca fiz. Se eu tivesse que visitar cada país seriam 54 viagens, o que seria impossível fazer até o final do mandato”, afirmou durante entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Segundo o presidente, a América do Sul e a África serão as regiões promissoras da nova economia global, focada na agricultura de baixo carbono e na transição energética, e ressaltou a disposição do Brasil em cooperar com o continente.
“Queremos devolver ao continente africano e forma de assistência, de possibilidade de desenvolvimento, o que eles nos deram em força de trabalho durante 350 anos”, disse.
Redação
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