O Brics, que começou com a integração de Brasil, Rússia, Índia, China e, posteriormente, agregou a África do Sul, está se tornando um clube anti-Ocidente. Liderado por Rússia e China, o Brics é um dos principais grupos que sugere uma nova ordem internacional. Um de seus mais recentes membros é o Irã.
O Brics já discute a aceitação de alguns novos países associados, tais como Bolívia, Honduras, Venezuela, Cuba e Turquia. As discussões do Brics dizem muito: defesa de uma ordem econômica não dolarizada, crítica a Israel e silêncio quanto à guerra da Ucrânia e às ameaças a Taiwan. Um claro viés antiocidental.
Na cúpula desse ano, Lula deu sua contribuição por videoconferência: criticou Israel mas não citou o Hamas, falou de negociações para a Ucrânia sem criticar a Rússia, nada disse sobre os terroristas apoiados pelo Irã. Ainda assim, pediu mais recursos aos países ricos do Ocidente para combater mudanças climáticas.
Não é novidade que o atual governo Lula flerta com uma atitude anti-Ocidente. Um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, Daron Acemoglu, expressou preocupação com o domínio da China sobre o Brics e com o Brasil que tem estreitado relações ideológicas com os chineses.
A associação do Brasil com países autoritários é muito preocupante. No médio e longo prazo, o Brasil pode acabar se afastando de países liberais e se aproximar de países autoritários, abandonando a tradição ocidental influenciada por valores cristãos de humanidade e liberdade.