O ministério da Saúde do Líbano atualizou nesta quinta-feira (6) o balanço de vítimas da explosão que que devastou a zona portuária de Beirute: mais de 137 pessoas morreram e mais de 5 mil ficaram feridas. Dezenas seguem desaparecidas, de acordo com o porta-voz Rida Moussaoui.
A tragédia de terça-feira (4), provocada segundo as autoridades por um incêndio em um depósito que armazenava uma grande quantidade de nitrato de amônio no porto da capital libanesa, deixou quase 300 mil desabrigados, segundo a France Presse.
O material com potencial explosivo estava armazenado há seis anos sem a segurança necessária. Na quarta-feira (5), responsáveis pela autoridade portuária desde 2014 foram colocadas em prisão domiciliar. Moradores de Beirute acusam o governo de corrupção e negligência, de acordo com a BBC.
Nesta quinta, as escavadeiras do exército abriam estradas para ter acesso ao porto destruído. O país está sob estado de emergência.
França e outros países enviaram para Beirute equipes especializada em buscas. O presidente francês, Emmanuel Macron, deve chegar nesta quinta ao país.
O Líbano, que já enfrentava uma grave crise econômica, precisará de apoio internacional. A estimativa inicial do governo de que é que a tragédia causou danos de US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões) a US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bilhões). O Banco Mundial se pronunciou e disse que está aberto aos parceiros do Líbano para mobilizar apoio financeiro para a reconstrução.
Nitrato de amônio
O nitrato de amônio se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro – desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.
Um incêndio, tubos superaquecidos, fiação defeituosa ou relâmpagos podem ser suficientes para desencadear tal reação em cadeia.