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Manifestantes pró-Kadafi obrigam Ban Ki-moon a abandonar Tahrir

Quase 50 partidários do ditador líbio Muammar Kadafi cercaram nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet na Praça Tahrir do Cairo e os forçaram a abandonar o local e buscar refúgio na sede da Liga Árabe, próxima do simbólico local da revolta contra o ex-presidente Hosni Mubarak.

Aos gritos de "Abaixo os Estados Unidos" e com bandeiras líbias do regime de Kadhafi, os manifestantes cercaram a delegação da ONU, que incluía 15 pessoas, entre elas Ban e Bachelet, presidente da ONU Mulheres. Policiais atuaram para permitir a saída da delegação da ONU da Praça Tahrir.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.
 

Terra

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