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Ministro do Reino Unido insinua que Gaddafi poderia ser alvo militar

O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, insinuou em declarações à rede BBC que o ditador líbio Muammar Gaddafi poderia ser ele próprio um alvo militar da coalizão ocidental que, desde o último sábado, ataca alvos estratégicos no país do norte da África.

Em entrevista à emissora pública britânica, Fox explicou que "há uma diferença entre o fato de alguém ser um alvo legítimo e a decisão de passar ao ataque", pois para este último "seria preciso levar em conta o que pode acontecer aos civis na área".

Dada a sensitividade dos países da região à operação contra as forças de Gaddafi, os ajudantes de Fox apressaram-se a minimizar as declarações, explicando que o ministro quis dizer que aquele poderia ser eliminado por equívoco se estivesse perto de um alvo militar.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse repetidamente que "Gaddafi tem que ir embora", mas outros membros do governo de coalizão britânico esclareceram no domingo que a saída do ditador líbio não é o objetivo último da operação contra seu regime.

GADDAFI NÃO É ALVO

Mais cedo, o vice-almirante Bill Gortney, diretor do Estado Maior Conjunto do Exército dos EUA, afirmou a jornalistas que as forças ocidentais "não estão indo atrás" do líder líbio.

Já o secretário de Defesa americano, Robert Gates, afirmou que seria "insensato" matar Gaddafi na operação militar da coalizão internacional.

"Creio ser importante que operemos no marco do mandato da resolução do Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]", afirmou. "Se começamos a adicionar objetivos, creio que geraremos outro problema", falou a jornalistas dentro do avião que o leva à Rússia.

"Creio ser insensato colocar metas que não se sabe se poderão ser alcançadas."

ATAQUES

No domingo (20), a coalizão ocidental realizou uma nova ofensiva contra as forças leais a Gaddafi em Trípoli atingindo, entre outros alvos, o prédio administrativo do complexo residencial do ditador.

Segundo a coalizão, o prédio foi atacado por conter instalações de comando e controle das forças aéreas líbias.

O prédio administrativo de quatro andares que foi atingido faz parte do complexo residencial de Gaddafi, localizado no bairro de Bab el Aziziya, e está situado a cerca de 50 metros da tenda onde o ditador geralmente recebe seus convidados importantes.

Um correspondente da CNN que foi convidado por autoridades líbias para ver os estragos disse que o edifício tem agora dois grandes buracos.

"Foi um bombardeio bárbaro, que poderia ter atingido centenas de civis congregados na residência de Muammar Gaddafi, a cerca de 400 metros do prédio atingido", declarou Musa Ibrahim, porta-voz do regime, que denunciou as "contradições do discurso ocidental".

"Os países ocidentais dizem que querem proteger os civis, mas atacam uma residência onde sabem que há civis no interior."

 

FOLHA.COM

 

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