Há apenas um mês e meio no governo, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou nesta quinta-feira (20). Ela é a terceira líder do Reino Unido consecutiva a renunciar antes da hora, e a que menos tempo ficou no cargo na história do país.
Truss, que substituiu o Boris Johnson no comando do país, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por conta de um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido.
O plano previa um corte amplo e severo de impostos e, em paralelo, um empréstimo bilionário para cobrir o rombo nas contas públicas. A proposta foi muito mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10% – a maior taxa nos últimos 40 anos – e fez a libra cair para o menor valor da história frente ao dólar.
Em pronunciamento na porta de Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, Liz Truss , acompanhada de seu marido, disse que já informou sua renúncia ao rei Charles III . E que permanecerá no cargo até que o Partido Conservador escolha outro líder – o que, segundo o comitê responsável pelas eleições internas, deve acontecer antes de 31 de outubro.
A primeira-ministra britânica, Liz Truss, deixa Downing Street, a sede do governo, em Londres, em 20 de outubro de 2022. — Foto: Toby Melville/ Reuters
Mais cedo, o governo do Reino Unido havia negado que Truss deixaria o governo antes da data de implementação do plano, 31 de outubro, e o porta-voz da premiê reafirmou que ela cumpriria seu mandato. Logo depois, no entanto, ela convocou o presidente do comitê de seu partido responsável por convocar novas eleições internas, Graham Brady.
Ao longo da semana, no entanto, a fila de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que pedem a saída da atual líder aumentou. Segundo a imprensa britânica, metade dos membros do Partido Conservador, a sigla que a premiê lidar, apoiava a renúncia.
Também na última semana, Truss perdeu dois ministros: o de Finanças, responsável pelo polêmico plano, e a do Interior, Suella Braverman, que renunciou na quarta-feira (19). A saída de Braverman, considerada a mais linha dura do governo de Truss, acelerou e aprofundou a crise.
O pronunciamento do novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, foi considerado a gota d´água para a credibilidade de Truss. No Parlamento, Hunt anunciou que mudaria por completo o plano de Truss, que ficou sentada, atrás do novo ministro.
Informações do G1
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