Em visita à Índia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou nesta segunda-feira que poderia apoiar o pedido da Índia de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), posição tão cobiçada pelo Brasil.
O órgão, responsável pelas decisões mais importantes da organização, tem atualmente cinco assentos permanentes, pertencentes aos EUA, China, Reino Unido, França e Rússia, com direito a veto. Há ainda outros dez membros não permanentes. O Brasil é outro que almeja uma reforma no Conselho.
"Nós discutimos a necessidade de instituições internacionais, de refletir as realidades do século 21", disse Obama durante uma entrevista coletiva à imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. "Falarei sobre a questão de um assento permanente para a Índia em meu discurso no Parlamento, hoje", declarou Obama.
Obama passa por uma situação delicada em sua visita à Índia, na qual tenta ampliar as relações diplomáticas e financeiras com o país e ao mesmo tempo defender melhor relacionamento de Nova Déli com o vizinho e rival histórico Paquistão (aliado crucial dos EUA na guerra contra o terrorismo).
A Índia alega que ter uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU refletiria seu crescente peso no G20, na medida em que sua economia de trilhões de dólares ajuda a reduzir os efeitos da crise econômica (Obama aproveitou a viagem para anunciar acordos de US$ 10 bilhões que garantirão 50 mil empregos em seu país).
"Isso não será feito tão cedo", disse Gurmeet Karmal, diretor do Centro para Estudos da Terra, um think-tank indiano. "O Conselho de Segurança não será reorganizado pelos próximos oito ou dez anos".
Kramal afirma ainda que a China deve se opor, se não diretamente, "encorajará alguns de seus amigos a votar contra".
Obama falou em Nova Déli em sua primeira parada do giro pela Ásia que incluirá ainda a Indonésia, Japão, e Coreia do Sul, onde se realizará esta semana a cúpula do G20.
Folha online