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OPINIÃO – O legado de Francisco e as perspectivas para o próximo pontífice

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“Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7). Lágrimas, emoção e orações. Esta semana o mundo tem acompanhado com  sentimento de gratidão, o velório do Papa Francisco. O anúncio da morte do Papa Francisco aos 88 anos,  abalou profundamente a comunidade católica e gerou lamentações em todo o mundo. Jorge Mario Bergoglio, conhecido por seu carisma e pelas reformas que implementou na Igreja Católica.

Quando os sinos da Basílica de São Pedro tocaram para marcar o momento, católicos do mundo inteiro iniciaram uma imensa corrente de oração. Nas capelas, catedrais, mosteiros, praças, as preces se multiplicaram pela alma do Bispo de Roma.

A comoção que a morte do papa gerou no mundo, traduz a importância, e o legado de Francisco. Um Papa diferente de todos os outros Papas. Não foi mais Santo, mas também não foi menos virtuoso. Sem dúvida foi diferente, acolhedor, humanista e solidário com os marginalizados.

Uma figura amável, humilde como São Francisco de Assis,, marcante e que encantava o mundo apenas com o seu olhar. O homem de um sorriso meigo, verdadeiro e fascinante. O Papa da alegria, da compaixão e da misericórdia.

Francisco, cujo corpo repousa na Basílica de São Pedro, antes de seguir para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde será sepultado, não precisava gritar alto para a sua voz ecoar nos quatro cantos do mundo em defesa dos temas mais intrigantes e emergentes que afetam a humanidade.

Ele foi uma voz profética e desde que assumiu o pontificado em 2013, publicou mais de 120 documentos oficiais tratando de temas doutrinários, espirituais e sociais.

Em 12 anos de um pontificado marcado por linguagem acessível e atenção a questões contemporâneas, Francisco deu ênfase à misericórdia e ao papel evangelizador da Igreja no mundo moderno.

As Encíclicas, Exortações Apostólicas e Constituições Apostólicas sempre tinha uma profunda mensagem em sintonia com as dores, angústias e inquietações do seu tempo e da era do medo. Sem dúvidas um dos documentos mais cativantes foi o Evangelii Gaudium (2013), que trata da alegria do Evangelho e do chamado à evangelização no mundo contemporâneo com leveza e sorriso.

Sem dúvida Francisco deixou um legado e uma mensagem revolucionária com o seu jeito simples de se expressar. Falou do amor de Deus e apontou Jesus para todos os corações desanimados e angustiados em tempos conturbados nessa era tecnológica de imensos conflitos, exigências e guerras por interesses políticos e econômicos. Ele não se calou. Foi sempre corajoso. 

Mesmo convivendo com a enfermidade e já atravessando o  vale da morte,  não silenciou. Confiou em Deus. Descansou. Transmitiu a sua mensagem sem alarde, como flecha que mira e acerta o alvo.

Ao longo do seu pontificado, Francisco buscou equilibrar fidelidade à doutrina com sensibilidade pastoral. Entre os temas frequentemente abordados estão a migração, a pobreza,o acolhimento, a dignidade humana e a busca por justiça social.

Os pobres, aliás, tiveram um olhar amoroso do Papa que encarnou os sentimentos de Jesus Cristo.  A “opção preferencial pelos pobres”,  um dos legados do Concílio Vaticano II, ganhou força e sentido concreto no pontificado de Francisco. Firme, defendeu as populações mais pobres e vulneráveis.

Em tempos de aquecimento global, dos  efeitos negativos das mudanças climáticas,,o papa Francisco deixou um legado de defesa do meio ambiente. A inclusão do combate às mudanças climáticas na agenda política dos principais líderes mundiais sempre foi uma preocupação do papa que descansou na última segunda-feira (21).

A ecologia integral, o cuidado com a “casa comum” sempre estiveram na agenda de Francisco. Sem dúvida, uma figura carismática neste tempo tão carente de afeto e amor. Defensor da tolerância, do diálogo e conciliador, Francisco foi aquele Papa que encarnou  as idéias do outro Francisco, o de Assis, e viveu intensamente a essência de Jesus ressuscitado. Aliás, sem amor ao próximo o cristianismo se resume a um sentimentalismo vazio. Só o amor dá sentido a rica e profunda razão da nossa existência como cristãos.

Partiu silencioso no primeiro dia da Oitava de Páscoa, que aliás, é vida nova e passagem para a vida que nunca termina. Descanse em paz Francisco e que quando a próxima fumaça branca subir ao término de mais um Conclave, o mundo conheça um novo Papa que também se assemelhe com as causas de Jesus Cristo e entenda o real significado da missão e do amor ao próximo.

Severino Lopes

PB Agora

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