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Opinião: um tsunami de dúvidas na política paraibana mostra que o jogo só começou

As dúvidas são praticamente inexistentes sobre os severos embates a serem travados nas agremiações políticas fincadas em solo paraibano nos próximos meses. Muitas incertezas pairam sobre a “tête” dos caciques políticos locais e nacionais, e aqui observo parte do MDB buscando valorizar o passe do senador Veneziano Vital do Rêgo, numa cantilena sem fim para que o emedebista coloque seu nome como postulante ao governo do estado nas eleições de 2022.

No PDT, o presidente nacional da legenda, Carlos Luppi, disse apoiar a vice-governadora, Lígia Feliciano, na disputa do próximo ano. Falo do pleito que definirá quem ocupará o Palácio da Redenção. Já o Avante roga aos deuses que o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, seja inserido na chapa majoritária do governador João Azevêdo, que hoje se encontra no Cidadania e certamente disputará a reeleição.

E quando observo o Cidadania, é bom lembrar que há a possibilidade do chefe do Executivo estadual retornar às hostes do seu antigo partido; o PSB. O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, já demonstrou interesse pelo retorno de Azevêdo, entoando o ditado popular do “bom filho a casa torna”.

Outro tsunami prestes a acontecer na Paraíba, com bem mais chances que uma provocada pelo vulcão Cumbra Vieja, reside no PT. E aqui cito a volta do ex-governador Ricardo Coutinho ao partido. O ex-gestor já provocou uma fissura na agremiação. Quer ser ele o candidato da legenda ao Senado. Mas outra ala defende o nome do professor Charliton Machado. Parte petista apoia a reeleição de João Azevêdo de forma incondicional. Outra um afastamento do governador, havendo uma pequena chance da legenda ter seu próprio candidato.

No PP, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro está em confronto direto com seu colega de Casa, Efraim Filho (Democratas), na disputa direta daquele que será ungido por João Azevêdo à condição de candidato a senador. Ambos buscam um lugar ao sol na chapa majoritária encabeçada pelo governador.

Há, também, indefinição no PSD, partido do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que é pré-candidato ao governo do estado. Antes fervoroso apoiador da cartilha de extrema direita imposta pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o ex-gestor da Rainha da Borborema tem enfrentado o fogo de partidos como o Patriotas, em sua totalidade.

O descontentamento do presidente da executiva estadual do Patriotas na Paraíba, deputado estadual Wallber Virgulino, é nítido em relação à postura adotada por Rodrigues, que já considera buscar a propalada terceira via. Uma candidatura que fuja do eixo Lula e Bolsonaro.

No PSL a situação também é conflitante. Ardoroso defensor do mandatário do país, o deputado Cabo Gilberto cobra uma postura mais definida de Romero Rodrigues. O problema reside no deputado federal e presidente do PSL na Paraíba, Julian Lemos.

Antes escudeiro fiel Bolsonaro, afastou-se do clã bolsonarista e está bem mais preocupado com a fusão do partido ao qual é filiado com o Democratas. Em suma, o parlamentar tem agenda própria e busca, na verdade, sua reeleição.

Ainda há indefinições no PSDB. O deputado federal Pedro Cunha Lima buscará a reeleição, ou dará espaço a seu pai, o ex-governador Cássio Cunha Lima na disputa por uma vaga na Câmara? E caso não, o genitor do parlamentar buscará retornar ao Senado?

Bem, essas são perguntas, das muitas que existem em toda a seara política paraibana, e que serão respondidas de forma gradual nesse intrincado tabuleiro de xadrez.

Muitas variáveis serão determinantes para o posicionamento de cada peça, a exemplo da reforma política: um cometa que passa a cada quatro anos no Congresso. O certo é que, aquele que não tiver a habilidade necessária para se locomover no tabuleiro, sairá do jogo de maneira prematura.

E olhe que eu nem falei sobre a disputa política proporcional!

Eliabe Castor


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