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Parlamentar grega é atingida por iogurte antes de votação

Antes de votação de arrocho, Grécia tem feridos em protestos de rua
Parlamento deve votar medidas de austeridade em meio à crise.
País enfrenta segundo dia de greve geral e manifestações 

A polícia da Grécia entrou em conflito nesta quarta-feira (29) com manifestantes que tentavam bloquear o caminho para o Parlamento do país, em meio a sinais de que o governo pode conseguir aprovar um duro plano de austeridade demandado pelos credores internacionais. Os policiais lançaram gás e enfrentaram manifestantes, e houve feridos.

Com a Grécia correndo o risco de entrar em moratória se o plano de austeridade for barrado, o Parlamento deve voltar à tarde o pacote que prevê cortes de gastos, aumentos de impostos e privatizações.

Veja imagens dos confrontos entre manifestantes e policiais na Grécia

Após o início de uma greve geral de 48 horas e protestos com conflitos na terça-feira que transformaram a Syntagma Square em uma zona de guerra, novos protestos ocorreram nesta quarta em frente a Parlamento.

Uma autoridade parlamentar disse que a votação do pacote pode ocorrer entre 8h e 11h (horário de Brasília), e a tendência é que a oposição apoie as medidas de austeridade.

O presidente do banco central grego, George Provopoulos, alertou que a não aprovação seria catastrófica para o país.

‘O Parlamento votar contra este pacote seria um crime; o país estaria votando por seu suicídio’, disse ele ao "Financial Times".

A sessão na qual serão votadas as medidas fiscais já começou, com com atraso de meia hora devido às dificuldades de acesso dos deputados.

O pacote a ser votado inclui corte de gastos no valor de US$ 28 bilhões e prevê aumento de impostos, ajustes e privatizações, quesitos imprescindíveis para o recebimento de mais ajuda internacional no valor de de 12 bilhões de euros.

O partido do governo, o socialista Pasok, conta com 155 cadeiras, quatro mais que o necessário para que as medidas sejam aprovadas, e apenas um integrante da legenda mantém a ideia de votar contra.

O objeto da votação é uma nova série de medidas com as quais o governo grego aspira arrecadar 78 bilhões de euros até 2015 para reduzir seu enorme déficit e tornar sustentável sua dívida, que supera 355 bilhões de euros.

Entenda
A crise financeira da Grécia pode ter profundas implicações para outros países europeus e para a economia mundial.

O pacote de ajuda original foi aprovado há pouco mais de um ano, em maio de 2010. A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldades em obter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI.

A ideia era dar à Grécia tempo para sanear sua economia, o que reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado.

Mas isso não ocorreu até agora. Pelo contrário: a agência de classificação de risco S&P recentemente deu à Grécia a pior nota de risco do mundo (dentre os países monitorados pela agência).

Assim, o país continua tendo diversas dívidas a serem quitadas, mas não é capaz de obter dinheiro comercialmente para refinanciá-las.

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida.

Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.

Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos – deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008.

O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos que refinanciem sua dívida.

G1

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