A palavra Páscoa, deriva do hebráico pesach (passagem), indicando inicialmente a passagem da estação do inverno para a primavera. Era uma festa de alegria porque a natureza, morta pelos rigores do inverno, se refazia verdejante com as condições climáticas da nova estação. Posteriormente recordava a passagem do anjo exterminador no Egito, poupando as casas dos hebreus, aspergidas com o sangue do cordeiro (Ex 12,27). E a esta concepção acrescentou-se uma outra: a libertação nacional de Israel, saindo da escravidão do Egito, passando pelo mar Vermelho e pelo deserto rumo à terra prometida.(Ex 13,8.14; Dt 16,1).
Para nós cristãos a páscoa adquire sentido novo, antes de partir desse mundo para o Pai, Cristo celebra a páscoa com seus discípulos. E com sua morte e ressurreição eles compreenderão o novo significado da páscoa: libertação não apenas de uma escravidão material, mas libertação da maior escravidão, a do pecado para a graça, da morte para a vida. Ao passar desse mundo para o Pai (Jo. 13,1) por meio da paixão e ressurreição, consuma-se a páscoa de Cristo.
A Páscoa da Igreja que é celebrada todos os anos, mas também a cada semana (Domingo) e todos os dias na Santa Missa, renova, atualiza a páscoa de Cristo “até que Ele venha” (I Cor,11,26).
É a Páscoa do Senhor Jesus a principal festa da Igreja e o centro e o ápice do ano litúrgico porque celebra a morte e a ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a morte e ressuscitando renovou a vida”. O Tempo Pascal começando com a Vigília Pascal, compreende os cinqüenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes que devem ser celebrados com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou melhor, “como uma grande Domingo” (Sto. Atanásio).
Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a Oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor.
No Brasil, celebra-se no 7° Domingo da Páscoa a solenidade da Ascensão do Senhor. Na semana seguinte, em preparação à celebração da vinda do Espírito Santo – Pentecostes – realiza-se a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”.
Durante todo tempo litúrgico da Páscoa, o Círio Pascal é mantido aceso ao lado do altar nas celebrações. Os paramentos litúrgicos são brancos. São símbolos do Cristo ressuscitado.
Muitos imaginam ser o Natal a principal festa da Igreja, visto que celebra o nascimento do nosso salvador. Todavia, não teríamos natal, não conheceríamos sequer a Cristo, se Ele não houvesse ressuscitado.
O evento fundante do novo Povo de Deus, a Igreja, é precisamente a ressurreição. Sem ela, nada faria sentido. Como bem disse o apóstolo Paulo: “Se Cristo não tivesse ressuscitado, em vão seria a nossa fé…” I Cor 15,17
Celebremos com Ele a nossa páscoa, passando do pecado para a graça, vivendo o batismo, “fomos, pois, sepultados com Ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. (Rom 6,4).
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