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Rebeldes dão prazo de 72 horas para Kadhafi renunciar e deixar a Líbia

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Os rebeldes antigoverno da Líbia disseram nesta terça-feira (8) que não vão tentar processar o ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, se ele renunciar nas próximas 72 horas, disse o chefe do Conselho Nacional Líbio.

"Se ele deixar a Líbia imediatamente, em 72 horas, e parar o bombardeio, nós, como líbios, desistiremos de processá-lo por crimes", disse Mustafa Abdel Jalil, que é ex-ministro da Justiça, em entrevista por telefone à TV Al Jazeera.

O ultimato é feito em meio a relatos de que Kadhafi teria tentado uma negociação com os rebeldes baseados em Benghazi.
 

Um representante do ditador teria proposto abrir negociações com os rebeldes, mas a oferta foi descartada imediatamente, anunciou o conselho.

"Acredito que houve uma tentativa dos de Kadhafi de falar com o conselho. Foi descartada", disse Mustafa Gheriani, porta-voz do conselho, em Benghazi, cidade do leste líbio em que começou a revolta.

"Não vamos negociar com ele. Ele sabe onde fica o aeroporto de Trípoli (a capital), e o que tem de fazer é partir e colocar fim ao banho de sangue", disse.
 

O governo negou a negociação, segundo a rede Al Arabiya e a agência France Presse.

Na véspera, a TV árabe Al Jazeera relatou que o ditador propôs aos rebeldes da Líbia um encontro com parlamentares para pavimentar o caminho para que ele deixe o poder com certas garantias, após três semanas de violentos confrontos que já deixaram milhares de mortos e uma situação de caos humanitário no país do norte da África.

Ainda de acordo com a emissora, os rebeldes teriam rejeitado a oferta de Kadhafi por considerarem que uma saída "honrosa" do ditador seria considerada ofensiva às suas vítimas.
 

Novos confrontos
Os confrontos pelo país continuavam nesta terça, com relatos de disparos de artilharia em Zawiyah e notícias contraditórias sobre ataques das forças leais ao governo em Ras Lanuf, cidade portuária do leste tomada pelos rebeldes.

Um caça do regime líbio executou um ataque no deserto ao leste do porto.
 

O avião lançou um míssil oito quilômetros ao leste da localidade estratégica, que fica 300 km ao sudoeste do reduto da oposição em Benghazi e é controlada desde sexta-feira pelos insurgentes. Um prédio de dois andares, segundo testemunhas, mas não se sabe se houve vítimas.

A oposição teria assumido o controle de Zenten, 120 km ao sudoeste de Trípoli, mas as forças leais a Kadhafi estavam mobilizadas ao redor da localidade, informou uma testemunha à France Presse por telefone. No domingo à noite foram registrados combates entre insurgentes e soldados ao norte da cidade.

Pressão diplomática
A opção de decretar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, por outro lado, começa a ganhar cada vez mais respaldo internacional.

As monarquias árabes do Golfo Pérsico declararam-se a favor da ação, assim como o chefe da Organização da Conferência Islâmica (OCI), o turco Ekmeleddin Ihsanoglu.

"Nos unimos àqueles que pedem o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, e pedimos ao Conselho de Segurança da ONU que assuma suas responsabilidades neste sentido", disse Ihsanoblu.

A OCI é integrada por 57 países muçulmanos, representando uma população total de mais de um bilhão de habitantes.
 

Fontes diplomáticas revelaram que França e Reino Unido estão elaborando um projeto de resolução que será submetido o mais rápido possível à aprovação dos quinze membros do Conselho de Segurança da ONU.

A aprovação da resolução, entretanto, ainda precisa vencer a resistência de Rússia e China, dois dos cinco membros permanentes do Conselho, que contam com direito de veto.

A Rússia afirmou ser completamente contra qualquer tipo de ingerência militar estrangeira na Líbia.

Em Washington, a pressão aumenta em torno de três opções: enviar ajuda militar aos insurgentes, criar uma zona de exclusão aérea ou destruir as pistas dos aeroportos.

"Gostaria de enviar uma mensagem muito clara aos colaboradores do coronel Kadhafi. São eles que devem escolher como agirão no futuro. Terão que prestar contas por qualquer ato de violência que ocorrer", disse o presidente americano, Barack Obama.

O chanceler da Líbia acusou Estados Unidos, Reino Unido e França de conspirar para dividir o país.

A ONU nomeou o ex-ministro jordaniano das Relações Exteriores, Abdelilah al Jatib, para coordenar uma missão que deverá participar de "consultas urgentes" com as autoridades líbias e fazer uma "avaliação" da situação humanitária.

Fontes diplomáticas da União Europeia disseram na segunda que a Europa está preparando novas sanções financeiras contra a Líbia, especialmente contra a Autoridade Líbia de Investimentos (LIA), um fundo soberano que gere a renda do petróleo e possui psrticipações em várias empresas europeias.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, advertiu na segunda-feira que "ataques generalizados e sistemáticos contra populações civis podem constituir crimes contra a humanidade".

Os chanceleres árabes participarão em uma reunião de crise sobre a escalada da violência na Líbia na próxima sexta, anunciou a Liga Árabe.
 

G1

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