O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, pediu neste domingo à União Europeia que apoie "politicamente" a Itália no caso da extradição do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, que obteve refúgio político no Brasil.
"O Brasil explicou sua decisão –de não extraditar Battisti– pelos riscos que Battisti poderia correr na Itália. Isso significa que o Brasil põe em dúvida a solidez democrática e constitucional de um país da UE", afirmou Frattini.
"Será que Bruxelas pode ficar calada diante deste argumento? E se fosse com a Bélgica, ou com a Polônia, como se comportaria a UE? Fecharia os olhos?", perguntou o ministro.
Frattini ressaltou que se trata de uma "questão política", e que a Itália, que pediu ao Brasil que reexamine sua decisão e até recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) não está solicitando um apoio "jurídico" da UE.
Na última terça-feira (27), a Itália chamou "para consultas" seu embaixador no Brasil.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na Itália no fim dos anos 70, quando era um dos líderes dos PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Qualificado de "terrorista" pelo governo italiano, ele se diz inocente.
O Brasil lhe concedeu o estatuto de refugiado político, impedindo sua extradição e provocando a indignação das autoridades italianas.
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