A divulgação das imagens da chegada ao aeroporto de Buenos Aires do promotor Alberto Nisman antes de falecer, e que interrompeu suas férias por motivos desconhecidos apenas dois dias antes de apresentar sua denúncia contra Cristina Kirchner, aumentaram nesta quinta-feira (22) a polêmica em torno dessa estranha morte.
No vídeo, gravado pelas câmeras de segurança do aeroporto internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, e divulgado pelo canal C5N, Nisman aparece muito apressado atravessando o controle migratório no último dia 12, por volta das 8h30 da hora local (9h30, pelo horário de Brasília).
Em seguida, o promotor é visto perto das esteiras e, enquanto espera sua bagagem, olha de um lado para outro, confere várias vezes seu telefone celular e faz algumas ligações.
Minutos depois, um indivíduo de terno não identificado e cujo rosto aparece distorcido nas imagens se encontra com ele e os dois se cumprimentam.
A imprensa local levantou a possibilidade de que a pessoa que recolheu Nisman em Ezeiza seja um agente dos Serviços de Inteligência argentinos.
Nisman retornou à Argentina no último dia 12 de janeiro após interromper as férias que passava na Europa junto com sua filha de 12 anos, que ficou sozinha no aeroporto de Barajas, em Madri, durante três horas à espera de sua mãe.
Apenas dois dias após seu retorno ao país, Nisman apresentou perante a Justiça uma denúncia na qual acusa Cristina, o chanceler Héctor Timerman e vários dirigentes governistas de orquestrar um plano para encobrir os terroristas iranianos supostamente responsáveis pelo atentado contra a associação mutual israelita Amia em 1994.
O promotor foi encontrado morto na madrugada da última segunda-feira em seu apartamento, horas antes de comparecer ao Congresso para detalhar a denúncia que tinha feito contra Kirchner.
Nesta quinta, a presidente usou seu perfil no Twitter para falar sobre a morte do promotor Alberto Nisman e divulgar uma carta publicada em seu blog. No texto, ela afirma que está "convencida" de que a morte do promotor "não foi um suicídio". Em sua primeira carta sobre o assunto, ela cogitava a possibilidade de que o promotor havia se matado.
"Ela é livre para pensar, como qualquer cidadão. Pode pensar que foi um suicídio, pode variar sua postura, pensar que pode ter sido uma indução ou um homicídio", afirmou Fein antes de entrar na promotoria. "Eu me atenho a minha investigação e vou conseguir e descobrir o que aconteceu", acrescentou.
G1