WikiLeaks publica mais 250 mil mensagens diplomáticas dos EUA
Na semana passada, site havia publicado 134 mil documentos secretos. Publicação sem edição criou polêmica com Deparamento de Estado e jornal.
O site WikiLeaks informou nesta sexta-feira (2) ter postado mais de 250 mil mensagens diplomáticas americanas confidenciais, que podem ser consultadas livremente sem a necessidade de senha.
"No total, 251.287 telegramas das embaixadas americanas foram postados num formato que permite fazer buscas", afirma o portal criado por Julian Assange em seu Twitter.
No momento, não está claro se o WikiLeaks postou os telegramas na íntegra, ou seja, sem proteger a identidade das fontes, como anunciou que iria fazer.
Na véspera, o portal lançou uma consulta junto a seu milhão de seguidores no microblog Twitter para saber se publicava na íntegra ou não.
A consulta foi lançada em meio a uma polêmica entre o WikiLeaks e o jornal britânico "The Guardian", acusado por Assange de estar por trás da difusão temporária da totalidade dos documentos sem edição.
A votação foi "favorável a mais de 100 por 1" pela divulgação total do denominado ‘Cablegate’, anunciou o WikiLeaks, que na semana passada já tinha publicado outros 134 mil novos documentos confidenciais do Departamento de Estado americano, muitos dos quais incluíam nomes de pessoas que haviam falado sob a condição do anonimato com diplomatas americanos.
Diante da nova ameaça, o Departamento de Estado avaliou que a continuação da difusão dos documentos por parte do site especializado no vazamento destes documentos era "irresponsável, imprudente e francamente perigosa".
"Expusemos claramente nossos pontos de vista e preocupações sobre a divulgação ilegal de informação secreta e o risco continuado causado por estas divulgações para alguns indivíduos e a segurança nacional", declarou, em Paris, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
O WikiLeaks argumentou, em um editorial publicado na internet, que a iniciativa de difundir a totalidade dos documentos se devia a que estes estavam em um arquivo na internet e que a senha também era pública.
O site acusou na quinta-feira um jornalista do "Guardian" – um dos cinco periódicos de prestígio mundial que difundiram os primeiros documentos, juntamente com "El País", "Le Monde", "New York Times" e "Der Spiegel" – de ter revelado a senha secreta que dá acesso aos despachos.
"Já falamos com o Departamento de Estado e apresentamos uma ação preliminar na Justiça", acrescentou o WikiLeaks em um comunicado divulgado no Twitter.
O jornal britânico retrucou, informando que "repudia totalmente qualquer acusação de que seja responsável pela divulgação dos despachos sem editar" e acusou, por sua vez, o site.
O "Guardian" também insistiu no comunicado enviado ao Wikileaks "não seguir adiante com seu plano de difundir os despachos" sem editar, lembrando que esta tem sido sua posição desde que teve início a divulgação dos documentos, no fim de 2010.
G1
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