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João Pessoa, 18 de Março de 2025

Zoomp vai recorrer de decisão que decretou falência

Fábrica da grife em Barueri, na Grande SP, foi lacrada pela Justiça. Empresa prestadora de serviços de informática entrou com ação.  

O advogado Roberto Rached Jorge disse nesta terça-feira (10) que irá recorrer da decisão que decretou a falência da confecção Zoomp. A fábrica da empresa em Barueri, na Grande São Paulo, foi lacrada pela Justiça. O recurso deve ser apresentado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) até quarta-feira (11), segundo o advogado.

“A gente quer reverter esse quadro que foi horrível para todos. A empresa tem um número grande de funcionários e estava com os salários em dia”, afirmou Jorge. A confecção emprega, no total, 330 pessoas. A falência foi decretada na última sexta-feira (6) pela juíza Graciella Salzman, da 5ª Vara Cível da Comarca de Barueri, atendendo a um pedido de uma empresa prestadora de serviços de informática.

Luís Augusto Canedo, advogado da empresa que entrou na Justiça (ele pediu ao G1 para que o nome dela não fosse divulgado), disse que a Zoomp começou a não honrar os pagamentos em dezembro de 2007. A prestadora de serviço entrou com uma ação em agosto de 2008, quando a dívida chegava perto de R$ 424 mil.

 

 

Ainda de acordo com Canedo, em novembro do ano passado foi fechado um acordo com a grife. A confecção deveria pagar R$ 350 mil em sete parcelas, a partir de dezembro. Mas não depositou a primeira parcela. “Eles descumpriram ainda no fim do ano, avisamos a Justiça e os alertamos que a falência poderia ser decretada”, contou.

O advogado da Zoomp confirma que o pagamento não foi feito. Segundo ele, a empresa priorizou os salários dos funcionários, na época atrasados. Jorge disse, no entanto, que a confecção já tem o dinheiro para pagar a dívida com a prestadora de serviços. “Se a gente conseguir reverter [a decisão da falência], iremos cumprir o acordo”, disse.

 

Ele não quis divulgar o total da dívida da Zoomp, mas adiantou que a maioria dos débitos é fiscal. Segundo Jorge, a empresa conseguiu diminuir entre 30 e 40% a dívida acumulada. O advogado afirmou que, apesar dos problemas financeiros, a fábrica produzia normalmente até a sexta-feira, quando a falência foi decretada. As lojas continuam abertas.

Portas fechadas

Um papel na fachada informava nesta terça-feira (10) que a fábrica havia sido lacrada em virtude da “falência da Zoomp S/A”. Não havia nenhum funcionário na confecção nesta manhã. Dois vigias de uma empresa terceirizada, no entanto, faziam a segurança da sede.

O segurança Valmir Garcia de Oliveira, 38 anos, que trabalha na fábrica da Zoomp há 14 anos, contou que recebeu uma ligação por volta das 11h de segunda-feira (9). Um funcionário pedia que ele fosse até a fábrica para retirar seus objetos pessoais, porque a empresa estava sendo lacrada pela Justiça. “Foi triste, as pessoas ficaram chorando. A maior parte dos funcionários é antiga”, disse.

Oliveira era contratado pela empresa e conta que o pagamento do salário de dezembro atrasou um mês e meio. Em janeiro, o pagamento saiu com um dia de atraso. “A Zoomp estava devendo para clientes, fechando lojas por não pagar o aluguel. A juíza, então, decretou falência e dois oficiais foram lá ontem [segunda]”, afirmou.

O segurança diz que os boatos sobre a falência da empresa existiam entre os funcionários há algum tempo. “Ontem, disseram que, se até sexta não ligarem, é porque a fábrica não voltará à ativa”, lamentou.

 

 

globo.com

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