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7ª edição da Marcha das Margaridas, que homenageia paraibana, deve reunir 100 mil mulheres em Brasília

Marcha das Margaridas.

Mais de 100 mil mulheres brasileiras vindas do campo, das florestas, das águas e das cidades, além de representantes de 33 países, se reúnem em Brasília nesta terça-feira (15) e quarta-feira para a 7ª edição da Marcha das Margaridas. Um evento marcante, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), suas filiadas, sindicatos parceiros e 16 organizações aliadas. A marcha, que ocorre a cada quatro anos, presta homenagem à memória de Margarida Maria Alves, uma liderança paraibana do movimento sindical assassinada em 1983, e tem como lema para 2023: “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.

O evento reúne uma diversidade impressionante de mulheres: trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, membros da comunidade LGBTQIA+ e residentes de centros urbanos. A Contag destaca que essa marcha é um dos maiores movimentos políticos de mulheres da América Latina, representando a voz unificada das mulheres de diferentes origens e contextos.

As demandas centrais das “margaridas” em 2023 estão organizadas em 13 eixos políticos, que serão debatidos ao longo dos dois dias do evento:

  1. Democracia participativa e soberania popular;
  2. Poder e participação política das mulheres;
  3. Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
  4. Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
  5. Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
  6. Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
  7. Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
  8. Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
  9. Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
  10. Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
  11. Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;
  12. Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
  13. Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, a piauiense Mazé Morais, destacou a expectativa para a marcha e a pauta construída em reuniões realizadas desde 2021 em todo o país. Ela enfatizou a esperança de que as autoridades atendam às reivindicações apresentadas, tendo em vista o impacto positivo nas vidas das mulheres em todas as regiões do Brasil.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou a colaboração interministerial nos últimos meses para abordar as diversas demandas das “margaridas”. Ela afirmou que o governo atual reconhece a importância das mulheres do campo, da floresta e das águas e valoriza a participação social na construção de políticas públicas.

O evento também honra a memória de Margarida Maria Alves, cujo nome foi atribuído à marcha desde o ano 2000. Ela foi uma defensora dos direitos dos trabalhadores rurais e se tornou um símbolo de resistência após ser assassinada em 1983. A luta de Margarida Maria Alves é lembrada e inspira as participantes da marcha, que buscam justiça, dignidade e igualdade em sua memória.

Nesse contexto, a 7ª Marcha das Margaridas não apenas reúne mulheres diversas para expressar suas demandas e aspirações, mas também celebra a força do movimento feminino em todo o Brasil e além das fronteiras. Com Margarida Maria Alves como um ícone de resistência, a marcha é uma demonstração de solidariedade, unidade e determinação em busca de um Brasil mais justo e igualitário para todas.

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