O ministério de Jesus nunca foi afeito a questões políticas de sua época. Jesus se evadiu várias vezes de controvérsias: pagou impostos quando questionado, chamou no privado Herodes de “raposa”, mandou dar a César o que lhe era devido, opôs-se a qualquer ideia de rebelião. Sempre deixou claro que seu Reino não era desse mundo.
Jesus praticou uma antipolítica. Contudo, Ele nunca recomendou que seu povo se afastasse da vida pública. Pelo contrário. Jesus disse que os cristãos precisam ser sal e luz. E também afirmou que, diante das autoridades, o Espírito Santo ensinaria o que deveria ser dito (Lc 12:12).
A antipolítica de Jesus tinha um motivo: Ele estava focado em completar sua missão. Qualquer desvio para discussões e envolvimentos políticos poderia colocar tudo a perder.
Essa antipolítica ensina duas lições para nossos dias. 1) O cristão deve participar da política salgando o mundo, mas jamais esquecer da principal missão de anunciar o evangelho de salvação. Esquerdistas e direitistas ímpios precisam do evangelho.
2) A antipolítica de Jesus é uma estratégia de resistência em um mundo polarizado. Enquando cristãos pregam o evangelho, comunidades e famílias são paulatinamente salgadas. Essa pode ser a forma mais efetiva para uma política anticultural no longo prazo.
Portanto, a antipolítica de Jesus nos lembra daquilo que é mais importante: a salvação da alma do pecador. E nos alerta para que aquilo que é mais básico e simples da fé cristã – uma vida comedida e anônima em uma comunidade – pode ser a forma mais efetiva para a resistência política.
Anderson Paz
