Em entrevista à imprensa a coordenadora Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba (MST-PB), Dilei Aparecida Schiochet, afirma que as gestões que assumiram o governo federal depois de 2016 ignoram as consequências negativas para o Brasil e para os brasileiros da não redistribuição de terras, entre elas o aumento do desemprego, a redução da produção de alimentos e o consequente aumento nos preços dos produtos. Segundo Dilie, a direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não vem trabalhando para promover o avanço na Reforma Agrária no Brasil.
De acordo com a coordenadora do MST-PB, para apoiar os trabalhadores rurais, nos últimos anos, o MST-PB tem tentado fazer uma “Reforma Agrária popular, realizada pelas próprias mãos da população”. O movimento, ainda tenta ajudar os agricultores. Nos últimos dois anos, por exemplo, foi posta em prática a campanha de solidariedade às comunidades e periferias, que arrecadou 130 toneladas de alimentos produzidos nos assentamentos. Ainda houve um trabalho para abertura de cinco cozinhas solidárias e a organização dos agentes de saúde, que deram orientações como os cuidados com a Covid-19. “Temos dialogado com o Governo da Paraíba, e isso nos tem salvado em relação às políticas públicas para esta população, com ações que têm fortalecido a agricultura familiar e os assentamentos de reforma agrária”, afirmou.
Ainda segundo Dilie, a direção do Incra informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, que o governo Bolsonaro paralisou 413 processos de reforma agrária, com a interrupção de vistorias e análises sobre desapropriação de imóveis rurais para a criação de assentamentos para famílias sem-terra, não assinou nenhum decreto de desapropriação desde que assumiu o governo, em 2019, executou o menor orçamento para essa finalidade e fez a menor aquisição de terras para reforma agrária desde 1995. E o próprio Incra vem sendo desmontado pelo governo.
Da Redação