Psicopedagoga dá dicas para pais que não estão sabendo lidar com essa mudança na educação
Desde que começou o isolamento social no Brasil, a rotina de muitas famílias mudou. Muitos trabalhadores passaram a realizar as atividades em casa e estudantes começaram a ter aulas a distância. Nesse cenário, para muitas famílias, acompanhar os filhos nos estudos em casa está sendo um desafio para aqueles que não sabem como acompanhar as atividades escolares dos filhos.
A pedagoga e especialista em psicopedagogia, Irla Lopes da Silva, dá dicas para as famílias driblarem essa situação: “É preciso criar uma rotina para estudar. A criança precisa entender que aquele momento deve ser dedicado aos estudos, assim como na escola.”, pontua.
Irla é mãe de dois meninos, João Paulo Barros, 7, e Paulo Filho Barros, 12. “Como mãe, estou acompanhando esse processo e acredito que está sendo bom, porque sei que os meninos estão aprendendo, mesmo com as teleaulas. Acredito que é melhor desse jeito do que deixá-los sem estudar”, afirma.
Porém, ela reconhece as dificuldades comuns aos pais, a exemplo da dificuldade para lidar com as tecnologias. “Às vezes, encontro problemas para acessar algumas coisas no computador, os meninos me pedem para colocar algo que eu não sei. Aí Paulo Filho vai e coloca para mim porque não sei mexer muito”, brinca.
A novidade também alterou o planejamento de professores e coordenadores. A Vice-Diretora Ana Eliza Guimarães, 42, do Colégio IEC em Campinas, SP, conta que foi preciso fazer uma adaptação. De acordo com ela, todo o conteúdo foi modificado para a modalidade a distância, inclusive para os alunos especiais. Entre as dificuldades encontradas, o distanciamento tem sido um dos pontos significativos. “A distância dificulta o trabalho pela ausência da proximidade, do olhar, da análise das emoções frente ao conteúdo apresentado. Uma grande dificuldade, ao menos inicial, foi fazer com que algumas famílias acreditassem que poderia dar certo”, explica.
Outro grande obstáculo é a distração na hora dos estudos. Geralmente, quando estão em casa, as crianças só querem brincar e a psicopedagoga Irla Lopes explica que isso é muito comum porque a escola sempre foi considerada como um espaço de aprendizagem e a casa como um lugar de descanso, de relaxamento. Até que eles consigam se acostumar e entender essa mudança, é preciso desenvolver novos hábitos.
“As crianças podem ficar desmotivadas. Às vezes, João Paulo, por exemplo, fica com preguiça de fazer atividades que precisa escrever, mas quando são vídeos, com paisagens, eles gostam. Além disso, os exercícios podem ser complementados com brincadeiras que ajudam a criança a não ficar sem exercitar o corpo e a mente”, explica Irla.
Para ajudar quem está enfrentando dificuldades com a educação escolar dos filhos nesse período de quarentena, aqui vão algumas dicas:
– Defina os horários: assim, as crianças saberão que aquele período é destinado a estudar e não para brincar e também aprenderão a se tornar responsáveis pelos estudos;
– Separe um espaço adequado: se possível, escolha um lugar silencioso, distante de televisão, celulares e de qualquer outra distração;
– Esteja acompanhando: caso o período de estudos não coincida com o seu trabalho, observe o processo de aprendizagem de seus filhos, tire dúvidas, mas dê liberdade para que eles façam as atividades sozinhos;
– Insira jogos e brincadeiras durante o processo: algumas ferramentas podem tornar o tempo de estudo mais divertido. Alguns jogos no computador podem tornar o ensino de matemática, geografia ou história mais interessante. As brincadeiras também podem auxiliar a estimular o intelecto ao mesmo tempo que exercita o corpo.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil