Com a finalidade de evitar o desperdício e controlar o uso da água dos rios que estão sendo beneficiados com a Transposição do Rio São Francisco, a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) deu início ao cadastramento das famílias e comunidades ribeirinhas. “O cadastramento é nada mais nada menos que um trabalho de orientação educativa sobre o uso da água. Foi iniciado nas comunidades existentes às margens dos rios São José e Poções, no município de Monteiro e também em Camalaú, no município de Camalaú”, explicou o diretor de Gestão e Apoio Estratégico da Aesa, Valdemir Azevedo.
A meta é saber quem vai utilizar a água para irrigação, bem como a quantidade a ser usada. “Primeiramente a água da transposição poderá ser utilizada para uso humano e só depois, com os mananciais já abastecidos, a água poderá ser usada pelas comunidades para irrigação”, revelou Valdemir.
Segundo o presidente da Aesa, João Fernandes, a medida se faz necessária para que se tenha um controle da água que está chegando através da transposição. “Até então não havia uma fiscalização tão forte, pois nessa região do Cariri, o Rio Paraíba não tinha uma constante passagem de água. Mas, com a transposição, o rio começa a ter a regularidade e, consequentemente, os produtores rurais vão querer aproveitar essa fonte”, explicou.
João Fernandes disse ainda que a disponibilidade de água para cada produtor vai ser definida através de outorgas reguladas pela própria Aesa, com base na necessidade. “A gente vai levantar o que cada produtor vai fazer e determinar a quantidade de metros cúbicos que ele pode explorar”, informou o presidente da Aesa, complementando que o órgão ainda não tem uma previsão de quantas famílias ou comunidades vão ser cadastradas.
Apesar da garantia de regularidade de água com a Transposição do Rio São Francisco, João Fernandes destacou que a água só vai poder ser usada para produção rural quando a crise no abastecimento de água das cidades for resolvida. “Não é porque tem água que vai poder usar de todo jeito. Primeiro vamos aguardar a estabilidade do abastecimento nas cidades para depois analisar o uso da água”, frisou o presidente da Aesa.
PB Agora