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João Pessoa, 17 de Março de 2025

ALPB comemora centenário do livro ‘Eu’

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realiza, na próxima quarta-feira (28), a partir das 15h, uma sessão solene, no plenário José Mariz, para comemorar o centenário da publicação do livro “Eu”, de Augusto dos Anjos, e o aniversário de um ano do Memorial Parlamentar da Casa de Epitácio Pessoa. A sessão é uma propositura da Mesa Diretora da Casa.

 

O evento será iniciado com uma palestra do jornalista Gonzaga Rodrigues, que terá como tema: “Augusto dos Anjos e a Parahyba”, abordando a relação do poeta com a sua terra natal, o engenho Pau D’Arco, na região Cruz do Espírito Santo.

 

 

Em seguida, será entregue a medalha “Augusto dos Anjos” ao jornalista Hélio Zenaide e instalada no Memorial Parlamentar a vitrine para exposição com a ‘Pena Dourada’, que pertenceu ao ex-deputado Apolônio Zenaide. Ele presidiu o Poder Legislativo, no início do século 20. A Pena foi doada a ALPB no final do mês de julho por Hélio Zenaide, que é sobrinho de Apolônio.

 

O presidente da ALPB, o deputado Ricardo Marcelo (PEN), convida todos os deputados e a população em geral para participar da solenidade e celebrar o centenário do “Eu”. O presidente destaca a importância do poeta para o Estado, que foi eleito pela própria população o paraibano do século. “A ALPB não poderia deixar de comemorar o centenário do ‘Eu’, escrito por um paraibano ilustre. Temos que celebrar sempre a genialidade de Augusto de Anjos”, disse.

 

 

Ricardo Marcelo também falou da alegria da Casa de Epitácio Pessoa receber a ‘Pena Dourada’, que agora faz parte do acervo do Memorial. “A pena é uma peça histórica, que pertenceu a um grande deputado e engrandecer muito o Memorial da Casa”, destacou.

 

Perfil

 

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d’Arco, em 20 de abril de 1884, e morreu, em Leopoldina (MG), vítima de pneumonia, em 12 de novembro de 1914. Sua vida se situa nos anos que correspondem à transição do século XIX para o século XX, cresceu e vivenciou muitos decadentismos, por assim dizer; muitas mudanças radicais de pensamento e atitudes, muitos estilos artísticos e literários. De certo, as muitas contradições internacionais, as inúmeras revoluções geraram problemas, cuja Primeira Guerra Mundial (1914-1918) tornar-se-á seu ponto culminante. Vivendo vida adulta de 1900 até a sua morte, em 1914, Augusto dos Anjos coexistiu com os mais diferentes estilos literários.

 

Em 1912, Augusto dos Anjos, um modesto professor de escolas públicas, pediu dinheiro emprestado ao irmão, juntou com algumas economias que vinha guardando, e publicou seu único livro de poemas: “Eu” tornando-se o primeiro poeta de ficção científica do Brasil, e o maior, até hoje. Leituras filosóficas e científicas se misturam nos seus versos com uma ambientação urbana repleta de mendigos, prostitutas, cães vadios, tuberculosos, bêbados, urubus. Entre a nobreza decadente dos engenhos da Zona da Mata e o panorama sombrio e insalubre das cidades que conheceu (João Pessoa, Recife, Rio de Janeiro) sua poesia mistura influências contraditórias e até hoje únicas em nossa literatura.

 

 

Este ano completa 100 anos da publicação do livro ‘Eu’ do poeta paraibano considerado por votação popular o Paraibano do Século, autor de um único e precursor da poesia moderna brasileira. O que impressiona no único livro de Augusto não é o quanto foi novo quando surgiu, é o quanto ainda é novo cem anos depois.

 

Apesar de exibir um vocabulário difícil, arrevesado, extraído da moda cientificista de sua época é um dos poetas mais lidos do país e estudado em diversos idiomas, além  de desperta admiração de artistas diversos, como o poeta Ronaldo Cunha Lima que respondeu , em verso, sobre a sua vida em um programa de TV e coreógrafo Sandro Borelli, que se inspirou na obra de tom mórbido do poeta paraibano para criar seus espetáculos.
 

 

Assessoria

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