A deflagração de mais uma fase da Operação Calvário, nesta quarta-feira (09), ocupou os temas dos debates na Assembleia Legislativa da Paraíba, nesta manhã. O líder da bancada de oposição na Casa, Raniery Paulino (MDB), ocupou a tribuna e chegou a sugerir que o governo João Azevêdo (PSB) se limpe, uma referência a retirada de auxiliares da antiga gestão que têm os nomes envolvidos nos escândalos. O parlamentar sugeriu que o governador ‘desmalufe’ a gestão, que segundo ele seria o conceito inerente ao político Paulo Maluf do rouba, mas faz.
“Se eu pudesse eu gostaria de dar um conselho ao governador João Azevêdo. Eu cumpro aqui o meu papel de fiscalizar o poder executivo, daí me considero na condição de dar algumas sugestões. Ele precisa desmalufar esse governo na íntegra. Aquele conceito de Maluf para quem acha que o coletivo girassol inventou a roda na Paraíba, que fez muito pelo Estado e por ter feito muito podia tudo. Esse conceito de Maluf que rouba mas faz é um atraso. Está aí onde está hoje Paulo Maluf. Acho que esse destino não é bom para ninguém. Aquele conceito de trabalhador, de operoso hoje existe uma variedade de outros conceitos – de um homem que se corrompeu e que corrompeu outros homens. Que acha que o coletivo, em nome do projeto podia tudo. O projeto hoje não rima apenas com trabalho, mas também com corrupção”, disparou o emedebista.
Já o deputado Anderson Medeiros (PSC) lembrou a luta da oposição na Casa pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito justamente para investigar e passar a limpo os escândalos envolvendo as Organizações Sociais contratadas pela gestão estadual
“As pessoas já comentavam, os deputados na antiga legislatura já alertavam que o que estava acontecendo com as organizações sociais, não era apenas na saúde, também estava na educação e isso tinha que ser investigado. O que a gente está falando na Paraíba é de uma operação da Polícia Federal que envolve vários Estados do país, com um mandado de prisão contra um secretário. É triste ver tudo isso. Como advogado tenho responsabilidade de dizer que todo um governo e todo um partido está envolvido. Se o governo quer o direito de defesa, então clamo por uma CPI, que é um instrumento necessário para apurar e apresentar o contraditório”, ressaltou.
A deputada estadual Camila Toscano, do PSDB, lamentou o fato de Operação Calvário atingir já cinco secretarias. “Ao invés de sermos destaques pelas belezas da Paraíba somos destaques por desvios de dinheiro e corrupção. Era apenas na saúde, hoje temos cinco secretários que receberam a visita da Polícia Federal e o governador insiste em mantê-los dentro do governo. É vergonhoso para a Paraíba ter os seus auxiliares afastados não porque o governador não tem condição de tirar, não pega sua caneta e exonera, mas sim porque a Polícia Federal está batendo na porta e prendendo”, disse, ao ressaltar que é impossível defender o indefensável.
Já o deputado Buba Germano, do PSB, fez o contraponto e ressaltou o trabalho que está sendo continuado com a gestão João Azevêdo. De acordo com ele, hoje a população colhe frutos do trabalho.
“Nós vamos continuar em defesa de um governo que eu acredito. Quero enaltecer o esforço que o governo João está fazendo para dar sequência a um elenco de obras que já vinham em andamento e nós estaremos aqui, todos os dias, os senhores fazendo o papel dos senhores em jogar pedras em quem dá bons frutos e a gente defendendo a vida dos paraibanos. Eu tenho orgulho de fazer parte de um partido que transformou a vida dos paraibanos”, finalizou.
PB Agora