Há mais de cinquenta anos, o então arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom José Maria Pires, já falecido, recusou-se a ir receber o Título de Cidadão Paraibano, outorgado pela Assembleia Legislativa da Paraíba. Motivo: àquela época, sendo ele um homem de palavras e atitudes progressistas, além de seguidor da Teologia da Libertação, necessariamente teria de submeter à censura prévia o discurso que faria na solenidade.
Dom José, portanto, nunca concordou em ir receber a distinção outorgada pela Casa de Epitácio Pessoa. Por iniciativa do atual presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, nesta segunda-feira (18) o título póstumo de cidadania foi outorgado. Coube recebê-lo ao atual arcebispo, Dom Manoel Delson. O discurso escrito por Dom José, 52 anos atrás, foi lido na solenidade pelo jornalista Silvio Osias, amigo pessoal de “Dom Pelé”.
Disse, ‘Dom Pelé’, ao iniciar o discurso: “A coincidência deste título de cidadão paraibano que me ofereceis nas proximidades das festas natalinas me lembra um fato que se torna a ideia mestra de toda esta minha palavra de agradecimento. Ela poderia chamar-se a dialética do universal e do particular, porque me lembro de Deus feito homem e no mesmo instante feito cidadão do Império Romano. Como homem, Deus assume a espécie humana, se faz parcela da humanidade, sem discriminação nem preconceitos.
Assume uma tarefa histórica, destinada a qualquer ser onde se verifica a realidade humana. Dir-se-ia naqueles tempos: destinada a judeus e a gentios. Dir-se-ia, quatro séculos depois: destinados a romanos e bárbaros. Dir-se-ia hoje: destinada a negros e brancos, a homens de direita e de esquerda, do Oriente e do Ocidente, do capitalismo e do comunismo. E este é o elemento universal”.
Para assistir à leitura completa, feita pelo jornalista Sílvio Osias, clique no link a seguir:
Wellington Farias
PB Agora