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Aumento do preço dos insumos impacta produção de etanol, diz Sindalcool-PB

A indústria brasileira, como um todo, sofre com o aumento dos preços de insumos desde o ano passado. Os elementos essenciais para o cultivo da cana-de-açúcar também tiveram reajustes. Por isso, o aumento do preço de adubos e fertilizantes vêm sofrendo impactos que poderão atingir as próximas safras, diz o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB). A previsão acontece devido à dinâmica instável do preço destes produtos e também das constantes altas do petróleo.

“Os custos no campo e na indústria vêm mantendo elevação em todos os insumos, a tendência de alta se acentuou a partir de março. Agora, com a desvalorização do real em 106% frente ao dólar e com a crise energética na China, a redução de oferta de fertilizantes nitrogenados, e ainda fosfatos e potássio, colocam a produção agrícola em alerta máximo”, diz o presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa.

Para enfrentar a situação, as usinas estão reaproveitando resíduos orgânicos e produzindo fertilizantes. “Algumas empresas de adubos se fundiram, limitando ainda mais a oferta e competição. Nessas condições, hoje, as usinas buscam produzir seus fertilizantes através de palha, resíduos orgânicos, rochas moídas, como a vermiculita, e outros minerais como o gesso agrícola, que podem ser encontrados na região. Muitos resíduos ricos em carbono e micro nutrientes, que iriam para aterros sanitários, podem ser aproveitados desse modo após o processo de compostagem”, afirma Edmundo.

O executivo ainda explica como a indústria de açúcar e etanol da Paraíba está lidando com as condições adversas. “Tempos difíceis, pandemias e crises trazem novas soluções e maior crescimento. É preciso saber conservar a perseverança e a paciência. O etanol é um produto biológico e depende de solo, clima e dos insumos agrícolas. Temos muito Sol e poucas chuvas, isto é bem conhecido, agora a elevação de custos maior que 156% dos preços do aço, ureia, diesel e tornam os preços do etanol mais elevados. E podem tornar as cidades mais poluídas. Em Pequim, na China, o aumento da produção de carvão para suprir a crise energética deve gerar muito mais poluição. Essas circunstâncias de produção infinita e meio ambiente com restauração natural tem se mostrado inviável. São lições a serem aprendidas. O Brasil tem hoje ganhos na saúde coletiva com a atual mistura de 27% de etanol na gasolina bruta para evitar gases poluentes ”, destaca Barbosa.

Os principais insumos no cultivo da cana, de forma geral, são fertilizantes, defensivos, diesel, frete, serviços, peças e custos de manutenção.

Os aumentos dos preços dos fertilizantes foram motivados, principalmente, por reações do mercado a informações de que a China, país que detém algumas matérias-primas exclusivas, sinaliza redução ou paralisação das exportações de fertilizantes, o que acarretaram em aumentos do preço desses produtos, que já se refletem desde meados de março em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil.

O preço do petróleo também é considerado um “vilão” para o aumento do preço dos insumos. Com a sequência de altas, que acontece desde o início do ano, o barril de petróleo Brent já ultrapassou os US$ 80. Esses aumentos impactam em todas as outras commodities.

Segundo o Sindalcool-PB, o impacto no preço do gás natural – que reflete diretamente sobre os nitrogenados – tem como consequência o aumento do preço da amônia e da ureia, que entram na composição dos adubos nitrogenados. Fósforo e Potássio são importados do Marrocos e da Rússia.

Na questão dos adubos, o Brasil produz apenas 13% do consumo. Cerca de 87% é o volume de importações.

PB Agora

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