As denúncias são constante. Antes mesmo do racionamento ser ampliado em Campina Grande, muitos bairros da cidade já vinham sofrendo com a interrupção prolongada no abastecimento de água. A água só chega nas torneiras uma vez por semana. Em Vila Cabral de Santa Terezinha por exemplo, a água chega na sexta-feira e vai embora no sábado. Em alguns dias, chega na madrugada da quinta mas logo desaparecem das torneiras. Muitos moradores já se reuniram, chamaram a imprensa, mas o problema permanece.
“É um absdurdo o que está acontecendo. Em outros bairros chega água normal e aqui só uma vez por semana” lamentou a estudantes Tereza da Silva.
Moradores de diversos bairros de Campina Grande estão reclamando da falta de regularidade no abastecimento de água, desde que o racionamento foi ampliado, no dia 31 de outubro. Segundo os moradores o fornecimento não dura sequer 48 horas e a qualidade da água também é motivo de queixa.
O cheiro forte de cloro, a cor avermelhada, além de resíduos de ferrugem e barro, são as principais reclamações dos consumidores. Para a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), o baixo nível da água, a baixa pressão e a altitude dos bairros podem estar entre as causas do problema.
Morador do bairro Santa Cruz e síndico de um prédio, Levi Pereira afirma que a água está retornando apenas a 0h da sexta-feira, “Por volta da 0h a água retorna, porém só às 9h a pressão da água fica estável”, diz. Ainda de acordo com o síndico, os moradores do condomínio se organizam para encher os reservatórios de água assim que ela retorna.
Já no bairro do São José, na rua Major Belmiro, os moradores reclamaram da qualidade da água que chegou nas torneiras, no último dia 19. Segundo a nutricionista, Patrícia Duarte a água costuma retornar na quarta-feira, dentro do prazo da Cagepa, no entanto de qualidade questionável. “Esta semana a água voltou imprópria ao consumo: além de uma cor avermelhada, havia resíduos de barro e ferrugem”, afirmou.
Moradores de diversos bairros, como Catolé, Três Irmãs, Santa Cruz, Liberdade, Lingeiro, Vila Cabral registram o abastecimento apenas na sexta-feira. Na comunidade Lagoa de Dentro, próximo ao distrito de São José da Mata em Campina Grande, depois da ampliação do racionamento, o regime de abastecimento tem sido diferente.
De acordo com Simão Almeida, gerente regional da Cagepa, os problemas relatados pelos usuários ocorrem devido à baixa pressão e a altitude dos bairros citados, por conta do baixo nível de água. Sobre a cor e qualidade, Almeida informou que a situação pode acontecer no início da chegada da água na tubulação após a interrupção do racionamento, mas com o passar do tempo a água vai voltando a sua cor e cheiro normal.
A previsão é que na segunda quinzena de dezembro o açude atinja o volume morto. Novas tubulações e bombas flutuantes estão sendo instaladas para captar essa água. O volume morto é a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas. A Cagepa informou que não tem como repassar informações sobre a qualidade da água que será captada do volume morto ou se ela pode estar contaminada com sujeira, sedimentos ou metais pesados.Boqueirão e o volume morto
De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA), o Açude Epitácio Pessoa, o Boqueirão, atingiu nesta semana a marca de 13,4% da capacidade de armazenamento, a pior marca já registrada.
Redação
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