A produção paraibana de cachaça, em sua maior parte de alambique ou artesanal, além da fabricação da rapadura e do açúcar mascavo vem tendo um crescimento satisfatório a cada ano. O setor emprega, hoje, algo em torno de 10 mil trabalhadores, de forma geral.
A produção paraibana de cachaça de alambique, nestes últimos anos, tem exibido um processo de ascensão vertiginosa e o consumo da bebida também tem atingido as classes A e B. “Antes só atingia as classes C, D e E”. Boa parte desse significativo crescimento deve-se às ações integradas dos produtores que contam ainda com importantes parceiros, como o Sebrae, Senar, Senai, UFPB, Prefeituras Municipais e o Governo do Estado, para melhorar o padrão de qualidade da bebida em função do grande potencial de consumo em todo o mundo.
Nos últimos anos tem ocorrido uma mudança de visão dos produtores paraibanos sobre cachaça. No seio do público também ocorreu essa mudança sobre o que era cachaça. Se trata de uma bebida nobre. Uma verdadeira iguaria. Atualmente, a bebida paraibana exibe bastante qualidade e o seu padrão de qualidade é um dos mais respeitados em todo o mundo. Há aumento no consumo até no meio do público feminino.
Na Paraíba, Estado que lidera em termos de qualidade na região Nordeste, existem, atualmente, 60 engenhos produzindo a bebida.
Marcas da Paraíba ganham visibilidade nos mercados
Um dos maiores especialistas em produção de cachaça no Brasil, o professor aposentado da UFPB, Carlos Barreto, diz que a bebida produzida pelos engenhos da Paraíba já alcançou, e até ultrapassou, o status hoje só alcançado pelo uisque. “A Paraíba não fica devendo nada a ninguém quando o assunto é cachaça. É o Estado que exibe uma das melhores qualidadesdo destilado no Brasil e no mundo”, garantiu o professor, que é proprietário do Restaurante Cachaçaria Brasil e um
dos maiores degustadores da bebida, situado na cidade de Areia, município que aglutina a maior quantidade de engenhos de cachaça na Paraíba, atualmente.
Há no mercado paraibano mais de 200 marcas de cachaças. Algumas marcas já se consolidaram no mercado visto atenderem aos padrões de qualidade exigido pelo Ministério da Agricultura.
O Brasil produz atualmente cerca de 1,5 bilhão de litros de cachaça por ano. O Estado de São Paulo lidera o ranking, exibindo uma produção industrial que já ultrapassou a casa dos 700 milhões de litros/ano. Minas Gerais vem em seguida, no entanto, em se tratando de cachaça de alambique, é o primeiro no País. Na região Nordeste, Pernambuco é o
Estado que mais produz a bebida destilada.
No Nordeste, a cachaça é produzida em várias regiões localizadas, mais especialmente nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia.
Especialista da USP atesta a boa qualidade da bebida
“A cachaça paraibana já pode ser considerada uma das mais saborosas e de melhor qualidade em todo o Brasil”. Essa frase, dita pelo doutor em agronomia e professor da USP, Fernando Valadares, soou como um doce bálsamo aos ouvidos dos produtores paraibanos e comprova realmente que o destilado paraibano está no caminho certo quando a questão é uma bebida de boa qualidade.
Fernando Valadares já esteve na Paraíba por diversas ocasiões assim que visitou os principais engenhos do município de Areia, ele concedeu o seu atestado de qualidade. Na ocasião, ele ministrou seminário à empresários, produtores e técnicos da área de produção de cachaça.
Origem do destilado
Os egípcios antigos dão o primeiro sinal. Curam várias moléstias, inalando vapor de líquidos aromatizados e fermentados, absorvido diretamente do bico de uma chaleira, num ambiente fechado. Os gregos registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A Água que pega fogo – água ardente, aparece nos registros do Tratado da Ciência escrito por Plínio, o velho, que viveu entre os anos 23 e 79 depois de Cristo.
A água ardente vai para as mãos dos Alquimistas que atribuem a ela propriedades místico-medicinais.
A aguardente então vai para a Europa e para o Oriente Médio, pela força da expansão do Império Romano. São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos hoje. A tecnologia de produção espalha-se pelo velho e novo mundo. No extremo Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que
não fabricam o Vinho de Uva. Na Rússia a Vodka, de centeio. Na China e Japão, o Sakê, de arroz. Portugal também absorve a tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a Bagaceira.
Os portugueses, motivados pelas conquistas espanholas no Novo Mundo, lançam-se ao mar. Na vontade da exploração e na tentativa de tomar posse das terras descobertas no lado oeste do Tratado de Tordesilhas, Portugal traz ao Brasil a cana- de-çúcar, vinda do sul da Ásia. Assim surgem na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento
e agricultura.
Na cidade de Areia, no brejo da Paraíba vários engenhos de Cachaça e Rapadura a exemplo do engenhos da Triunfo, Bruxaxá, Serra de Areia, Turmalina, Mineiro, Bujari, dentre outros.
O engenho Triunfo que existe desde o ano de 1994 e se localiza à seis quilômetros da cidade de Areia. O engenho de propriedade do casal Antonio Augusto e Maria Júlia, produz a conhecida cachaça Triunfo, tem sido bastante visitado por turistas das mais diversas regiões do Brasil e até do Exteior.
Assessoria
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