Doação, solidariedade, amor, e vontade de servir ao próximo. Sentimentos inspirados nas Escrituras Sagradas, que mudam vidas, e ajudam dezenas de pessoas a reencontrarem o sentido da existência a partir da experiência com Deus.
Em Campina Grande, duas instituições mantidas pela Congregação religiosa Passionista fundada por São Paulo da Cruz, tem recuperado vidas e provado, que mesmo andando na contra mão da sociedade, é possível se colher o bem, a partir dos valores do Evangelho. A Casa de Acolhida São Paulo da Cruz, que funciona na rua Tavares Cavalcanti, nº 200 no Centro de Campina Grande, acolhe pessoas que viviam nas ruas, abandonadas e sem perspectiva de vida. A dor, o sofrimento, o desprezo dos próprios familiares, foram substituídos por um ambiente saudável, onde elas encontram aconchego, carinho e muita dedicação.
A instituição, administrada pela Congregação Passionistas da Igreja Católica e mantida com doações da sociedade, acolhe atualmente 16 pessoas, ex- moradores de rua, mas o número de moradores é inconstante, pois há um grande fluxo, com média de idade de 35 anos.
São homens e mulheres que perderam o contato com a família, e terminaram sendo jogados nas ruas, vivendo como indigente. Além da população que mora na Casa, existem ainda as pessoas que apenas passam pela instituição para fazer uma refeição ou apenas para rezar. Por dia, passam pela Casa em média, 40 pessoas apenas para dormir, ou tomar as refeições pois encontram no local aconchego, solidariedade e carinho dos voluntários.
Segundo padre Gesner Couber um dos administradores da instituição, os moradores da Casa chegam em estado deplorável, sofrendo de todo o tipo de doença principalmente com distúrbio mental. Por isso, passam por tratamentos e assistência psicológica. Ele lembra que na casa existem regras. Mesmo não funcionando como internato, os moradores não podem sair. A medida visa evitar a entrada de bebida alcoólica.
Com 10 anos de existência, a Casa funciona graças a contribuição da sociedade. Além do mais, muitas pessoas atuam de forma voluntária. Apesar do espírito de desprendimento do campinense, a Casa ainda enfrenta dificuldade para funcionar. Prova disso é que parte do dinheiro arrecadado este ano no Natal Solidário realizado pela paróquia Santíssima Trindade, que também é administrada pelos Passionistas, foi destinado para a instituição.
Padre Gesner reforça que as despesas da casa são altas, principalmente com água, luz, comida e material de higiene. Além do mais, os coordenadores precisam pagar o salário dos funcionários. As despesas mensais ultrapassam os R$ 10 mil. Por dia, são seis funcionários se reservam nos serviços da instituição, sem contar as pessoas que fazem o trabalho voluntário. Entre os voluntários, médicos, psicólogos e outros profissionais que se doam em prol do semelhante.
De acordo com padre Gesner Coube, qualquer pessoa pode contribuir com a com a instituição independente dos valores. “Toda ajuda é muito bem vida e a comunidade pode sim colaborar com esse projeto”, disse.
A Casa da Acolhida São Paulo da Cruz funciona como um refúgio para pessoas que há pouco tempo havia perdido a dignidade, e a própria identidade. Muitos chegaram na casa desfigurados, e com as marcas da ingratidão e do abandono ferindo a alma. Todos os abrigados da Casa, viviam perambulado pelas ruas, dormindo nas calçadas, em baixo de placas, ao relento, expostos ao frio da Serra da Borborema. Na Casa eles tem direito a refeição, dormida, banho e outros benefícios.
A Casa da Acolhida foi idealizada pelo padre Rocha, que na época era administrador da paróquia do Rosário. Inicialmente, a Casa São Paulo da Cruz funcionou na rua Vila Nova da Rainha, no Centro. A instituição foi inaugurada no dia 18 de outubro de 2003, funcionando nos dois primeiros anos em um prédio alugado. Só em 2005, após a realização de uma campanha liderada pelos Passionistas, foi que a Casa ganhou sede própria na rua Tavares Cavalcanti.
Padre Gesner conta que os Passionistas resolveram investir no projeto depois de ter visto dezenas de pessoas abandonadas nas ruas, e sem perspectiva, vivendo sem dignidade. Contando com ajuda da sociedade, os passionistas compraram a casa no endereço atual, e depois a reformaram, permitindo assim, um maior conforto aos as pessoas que antes tinham a rua e o relento como endereço.
A Casa é aconchegante. Tem vários quartos com capacidade para 28 leitos, cozinha, capela, sala de atividades, sala de leitura. “Eles vivem na casa com toda dignidade, respeito e carinho que precisam para sobreviver” revelou o padre Passionista Gesner Coube. Quem desejar contribuir com a Casa pode entrar em contato pelos telefones 3321 9912.
Brilha o sol da Esperança em uma instituição que recupera dependentes químicos
O sol parece brilhar mais forte na Serra da Borborema. Na entrada da cidade, no distrito de Santa Terezinha, uma placa aponta para a fazenda. A igreja de telhado azul, traduz a beleza do local. A Fazenda do Sol Masculina, administrada pela Congregação Passionista ligada a Diocese de Campina Grande, é um dos maiores exemplos de que a força da oração e da doação é capaz de transformar vidas esfaceladas.
A instituição, mantida por um grupo de pessoas ligadas a igreja católica, já funciona há 11 anos, recuperando a vida de dependentes químicos. Ou seja, é o refúgio para quem um dia se tornou escravo do álcool ou de outras drogas como maconha e crack.
Cercada por uma paisagem exuberante, a Fazenda mais parece um bosque onde a natureza ajuda a ensinar o homem a viver em harmonia com Deus, reaprendendo os passos da felicidade plena e verdadeira. Do alto de uma pequena serra, a chácara construída numa área de quatro hectares, aparece na vida dos dependentes químicos como um horizonte.
Atualmente 50 pessoas se encontram em tratamento na Fazenda. Segundo o Padre Sérgio Leite, CP, coordenador da Fazenda do Sol, a instituição que trata de dependentes químicos conta com a solidariedade dos campinenses para sua manutenção. O tratamento dos internos segundo ele, é baseado em três pilares: oração, trabalho e convivência. Há 11 anos a Fazenda do Sol traz uma proposta de mudança de vida, partindo dos valores humanos e cristãos, inclusive com aqueles que cumprem seu tempo de permanência (um ano) através do grupo Sol para Todos, que realiza uma vez por mês um encontro com os ex-internos para partilha de suas experiências na nova vida.
O propósito da fazenda segundo padre Sérgio Leite, é recuperação dos dependentes químicos. O trabalho é feito a partir da oração, que dá aos internos a possibilidade de experiência com Deus; a terapia ocupacional que leva a pessoa a ocupar o seu tempo, e a convivência. Pelo menos 40% dos internos, conseguem realizar todo o tratamento e sair recuperado do local.
Os internos são de Campina Grande, do Estado de Pernambuco, Rio Grande do Norte. Inspirada no trabalho da Fazenda da Esperança, a Fazenda do Sol é bancada por doações da sociedade e por campanhas realizadas pela paróquia. “Esse trabalho é um trabalho de Deus. É um milagre da vida” conta.
A Fazenda é coordenada por Ednaldo Francisco de Oliveira, um ex-interno da Fazenda da Esperança em Guarulhos (PE), que se livrou do vício do álcool e resolveu partilhar sua experiência a serviço do semelhante. Quando conseguiu se libertar do vício, Ednaldo largou tudo e passou a ajudar as outras pessoas na luta pela reabilitação. Ele também é compositor e já gravou um CD com músicas que valorizam a vida e falam do amor de Deus.
A experiência na Fazenda tem libertado dezenas de jovens que veem no lugar um refúgio. O programa de recuperação dura em média 12 meses e é baseado no trabalho como fonte de auto sustentação e na vida de comunidade, a luz da espiritualidade do Evangelho. “A base do trabalho é a oração, o trabalho, a convivência e a troca de experiência do grupo”, explica Ednaldo.
A Fazenda do Sol surgiu em 2001, como fruto da Campanha da Fraternidade que teve como lema “Vida Sim Drogas Não”, sob a coordenação do padre Constantino, da Congregação Salvatoriana. A fazenda começou a funcionar efetivamente no dia 13 de agosto daquele ano.
Um grupo de leigos de Campina Grande, motivos pela Campanha, se reuniram e começaram o trabalho. Posteriormente, um religioso Redentorista assumiu a instituição, e há 9 anos, os trabalhos estão sendo realizados sob a coordenação dos Passionistas. Já foi administrada pelo Padre Rocha, padre Everaldo e atualmente é administrada pelos padres Sérgio Leite e Gesner Coube.
A fazenda mantida por doações e pelos trabalhos de muitos voluntários como psicólogos, médicos, dentistas, já realizou mais de 1200 atendimentos.
A rotina da fazenda começa cedo
A trabalho na Fazenda começa cedo, antes mesmo do sol surgir. Os internos rezam o terço ao amanhecer, e compartilham da Palavra de Deus na igreja construída há pouco mais de 2 anos. O contato com a natureza também contribui para a eficácia do tratamento.
Quando não estão na capela, eles estão se reversando nos trabalhos diários como cuidar das hortas, do jardim, da roça e outras atividades agrícolas. Segundo padre Sérgio, o principal critério para entrar na Fazenda é a boa vontade e reconhecer que precisa de ajuda. Para permanecer na Fazenda o interno precisa se adequar a algumas normas. A disciplina é fundamental no auxílio dos trabalhos de recuperação. Durante o tratamento a pessoa não pode sair do local. Também tem que obedecer outras regras como horário certo para as refeições e acolhimento para o descanso.
Com mais de 10 anos, a Fazenda já colhe frutos. Recentemente internos da Fazenda do Sol Nossa Senhora do Carmo, foram enviados para São Paulo, para dar início a uma nova missão: inaugurar a Fazenda do Sol na cidade de Itu. Esta foi a 3ª unidade da Fazenda no Brasil, que trabalha na reabilitação de dependentes químicos.Gustavo, Wesley, Marques, Kauê e Jorge foram colaborar com o início dos trabalhos na Fazenda que terá como patrono São Paulo da Cruz. Além do mais, um grupo de jovens tem realizado trabalho de capinagem no Lar Sagrada Face em Lagoa Seca e ajudado nas atividades agrícolas da Fazenda do Sol Feminina. Alguns jovens despertaram para o dom da música e também realizam apresentações em eventos religiosos da Paróquia Santíssima Trindade.
Fazenda Feminina tem cinco internas
Há cerca de dois anos começou a funcionar na cidade a Fazenda do Sol Feminina Nossa Senhora de Lourdes, localizada no Jenipapo. A Fazenda tem capacidade para atender 25 mulheres, mas inicialmente atenderá cinco internas sob a coordenação das irmãs passionistas Lindanira e Arlete.
Segundo padre Sérgi, este é o primeiro espaço de recuperação de dependentes químicos do sexo feminino no Estado. “Entendemos que as drogas também acometem as mulheres e pelo fato de ser pioneira, essa iniciativa é de grande representatividade para a Paraíba”, frisou.
Padre Sérgio revelou ainda ue existe projeto de construção da quarta unidade, desta vez na cidade de Curitiba, no Paraná. “É preciso confiar, acreditar e estender a mão”, afirmou o padre se referindo ao êxito das atividades nas unidades da Fazenda.
Severino Lopes
PBAgora
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