O caso do professor Luciano Bezerra Gomes, do curso de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que está respondendo a um processo interno por usar uma camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em sala de aula, ganhou destaque na mídia nacional. Tanto o UOL quanto a Revista Fórum noticiaram o ocorrido. No último dia 5 de setembro, Gomes foi notificado sobre a abertura do processo, após uma denúncia feita por um cidadão à Ouvidoria Geral da UFPB, alegando que o docente realizou “propaganda política” durante suas aulas de Epidemiologia ao utilizar vestimentas com logos do MST, além de incluir a logo do movimento em slides apresentados. A reclamação também aponta que outros professores do mesmo departamento aderem a práticas semelhantes envolvendo manifestações políticas.
A Ouvidoria, embora tenha ressaltado a ausência de elementos materiais que comprovem as supostas irregularidades, afirmou que o relato apresentava informações suficientes para a abertura do processo, possibilitando a investigação e tomada de medidas cabíveis.
Luciano Bezerra Gomes, que possui doutorado em Clínica Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é docente na UFPB há 15 anos, atuando no Departamento de Promoção da Saúde, além de coordenar o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Desde 2020, o professor está envolvido em ações de prevenção à covid-19 em acampamentos e assentamentos do MST, sendo reconhecido por seu engajamento ativo no movimento.
Em resposta à controvérsia, o professor esclareceu que ao longo dos últimos anos ganhou camisetas, bonés e outros itens como presentes, os quais utiliza em conjunto com outras vestimentas para apoiar causas que considera relevantes.