A defesa do acusado no caso Priscila Vanessa, nutricionista encontrada morta em sua residência em julho de 2016, aponta fragilidades na tese de que ela teria sido assassinada pelo ex-marido, o professor de informática Carlos Eduardo Ferreira Filho. Características básicas da cena do crime teriam sido ignoradas durante a perícia, de maneira equivocada, além de terem havido divergências também nos laudos oficiais do projétil. O júri popular está marcado para o próximo dia 10 de outubro.
“Podemos ver incoerências na tese de acusação inclusive inicialmente, na perícia oficial, quando houve divergências entre o legista e o perito criminal nos laudos oficiais”, afirma o perito médico forense Antônio Nunes, assistente técnico da defesa. Ele destaca, por exemplo, as incongruências nas características apontadas dos formatos do orifício de entrada e saída do projétil, além de terem sido ignoradas características da cena do crime, como gotas de sangue, objetos encontrados no local e angulação da arma.
O advogado de defesa do caso, Yuri Herculano, ressalta ainda a ausência de testemunhas que apontassem qualquer tipo de comportamento violento entre o casal. “Toda a acusação se baseia em uma análise pericial precipitada, corroborada pela ausência do exame de corpo de delito do acusado, em cujas mãos foi sequer feito um exame residual de pólvora”, aponta o advogado.
O júri popular, marcado para o dia 8 de agosto, foi remarcado para o dia 10 de outubro por um requerimento do próprio Ministério Público, após a juntada e anexação das fotografias solicitadas pela defesa. “Foram juntadas fotografias novas que, inclusive, nunca haviam sido trazidas ao caso, e que reforçam que Carlos Eduardo não cometeu nenhum crime, o que ocorreu foi uma infeliz fatalidade da vítima ter tirado a própria vida”, afirma.
Relembre
Priscila Vanessa Lins Mendonça, de 35 anos, foi encontrada morta dentro de casa, com um tiro no ouvido, na madrugada do dia 18 de julho de 2016, no bairro Muçumagro, na zona sul de João Pessoa. Inicialmente, o caso foi tratado como um suicídio, mas com o levantamento de informações e perícia criminal, a Polícia Civil concluiu que foi assassinato. O companheiro da vítima, com quem mantinha um relacionamento de 11 anos, teria praticado o crime. Carlos Eduardo Carneiro Ferreira Filho foi preso um dia depois do crime.
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