Nesta terça-feira (12), marcando sete anos do crime que ficou conhecido como a “Barbárie de Queimadas”, na Paraíba, quando cinco mulheres foram estupradas e duas delas mortas, a família promove uma celebração para “conscientizar a sociedade queimadense a não pensar que elas foram apenas 'mais uma'”, declarou Isânia Monteiro, irmã de Izabella, uma das vítimas. O ato acontece às 19h, na rua César Ribeiro, no Centro de Queimadas, no Agreste paraibano.
O crime aconteceu entre a noite do dia 11 e a madrugada do dia 12 de fevereiro de 2012. Segundo a acusação do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), todo o crime foi premeditado 15 dias antes e teve como mentor o acusado Eduardo do Santos Pereira. O estupro das vítimas seria um presente de aniversário para o irmão dele, Luciano Pereira dos Santos. Os dez homens combinaram que durante a festa de aniversário, três deles apagariam o sistema de energia e invadiriam a casa com máscaras de carnaval se passando por assaltantes para poder render as vítimas e, depois que elas fossem amarradas e vendadas, todos iriam estuprá-las.
Isânia explica que o ato desta terça-feira será uma celebração, onde a família deve rezar um terço “pelas almas” das vítimas. Além disso, vai acontecer o lançamento da comissão de um livro sobre o caso, com previsão de ser publicado em 2020. Além disso, a noite também vai render homenagens às mulheres vítimas da barbárie. “É algo que marcou as nossas vidas”, lembra Isânia.
Entre os envolvidos estão sete adultos, que já foram julgados e condenados. Além destes, mais três homens que eram adolescentes na época do crime, passaram três anos internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, mas foram libertados em fevereiro de 2015.
Segundo o Ministério Público, no momento dos abusos, Michele Domingues e Izabella Pajuçara reconhecerem Eduardo como um dos agressores. Depois disso, os acusados colocaram as mulheres em uma pick-up e as levaram para a zona rural. Michelle chegou a se jogar do carro para tentar fugir e foi executada ao lado da igreja católica da cidade. Já Izabella foi morta em uma estrada vicinal. O crime foi elucidado porque uma terceira vítima também teria reconhecido os agressores, mas ficou calada até a chegada da polícia.
“É o sentimento de perda mesmo. De olhar em sua volta e ver que perdemos o que era mais precioso em nossas vidas, que é estar ao lado de quem amamos. Para os malfeitores do ato, é apenas mais um dia. Eles não deram a elas a oportunidade de escolha, de viver, de continuar o projeto de vida delas, foram muitos sonhos interrompidos, isso nos deixa uma insatisfação e sentimento de pesar. Mas fica um lição disso tudo, essa bandeira de luta será para sempre”, declarou Isânia.
Transformando luto em luta
Isânia Monteiro, irmã de uma das vítimas da “Barbárie de Queimadas”, usou toda a experiência da busca por Justiça para ajudar a evitar que outras mulheres sofram violência e auxiliar aquelas que já foram agredidas de alguma forma.
Após o crime, Isânia começou a desenvolver um trabalho em Queimadas para ajudar mulheres que foram violentadas e para aquelas que têm medo de denunciar os casos. “A partir do momento que aconteceu em fevereiro de 2012, eu tive que buscar forças para se mobilizar e fazer um trabalho para evitar esses casos”, conta ela.
Cinco anos depois do crime, ela coloca em prática políticas públicas específicas para o atendimento de mulheres em situação de violência doméstica e sexual.
Redação com G1
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