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Cemitérios são abandonados em JP

 

Os cemitérios deveriam ser um ambiente limpo, acolhedor e de paz. Só que em João Pessoa a realidade é de uma situação crítica. Ao negligenciar a manutenção desses espaços e permitir que túmulos fiquem deteriorados e expondo ossadas inteiras, a Prefeitura comete crime de vilipêndio ao cadáver, disposto no artigo 212 do Código Penal e que pode resultar em detenção de três anos.

 

Seja, qual for o cemitério visitado, o cenário é o mesmo de muito lixo acumulado, mato, túmulos abertos e ossos humanos expostos para quem quiser ver. Esta é a triste realidade visível a olho nu em três dos principais cemitérios de João Pessoa: São José (Cruz das Armas), Santa Catarina (Bairro dos Estados) e Senhor da Boa Sentença (Varadouro). Nesses locais, a carência de funcionários públicos é grande, levando os administradores a conviver diariamente com a mão de obra de pessoas dos mais variados bairros da cidade, que chegam a ganhar mais de um salário mínimo por mês com serviços de pintura, construção, plantio de plantas, dentre outros.

 

“Isso é uma realidade que existe há bastante tempo. Hoje temos aqui mais de 200 pessoas fazendo serviços extras, muitos deles contratados por proprietários de túmulos onde estão enterrados seus entes queridos”, justificou Joacil Alves da Silva, administrador do Cemitério Senhor da Boa Sentença. “Quanto à limpeza do lixo e mato do cemitério, isto é feito quatro vezes por ano, em mutirão da Emlur – Empresa Municipal de Limpeza Urbana”, acrescentou.

 

O Cemitério Senhor da Boa Sentença, um dos mais procurados para sepultamentos, ainda pode ser considerado de menor proporção nos quesitos “limpeza” e “ossadas humanas a céu aberto”, se comparado com o Cemitério São José, em Cruz das Armas. “Não podemos fazer nada em relação aos ossuários, já que são particulares e suas limpezas competem aos familiares dos mortos. Não podemos mexer sob pena de responder criminalmente”, afirmou Valéria Fernandes, que trabalha na parte administrativa.

 

A situação também não é diferente no Cemitério de Santa Catarina, no Bairro dos Estados. Com quatro pessoas trabalhando na administração e também quatro coveiros, limpeza é feita por eles mesmos. “Não temos ninguém destinado para fazer a limpeza e cabe a nós, em forma de mutirão, tomar esta iniciativa”, alegou Diogo Souza, administrador.

 

Os cemitérios da capital são da competência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb-JP). Os administradores acreditam que até o final do mês haverá um empenho maior da secretaria no que diz respeito a melhores cuidados, haja vista a aproximação do Dia de Finados, a ser comemorado no dia 2 de novembro.

 

Redação

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