O 60 Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa (Cineport) terminou neste domingo, 13, após 10 dias de festa e muito cinema. O Cineport teve praticamente de tudo. Com público estimado de 30 mil pessoas, a exibição de 155 filmes entre curtas, longas e médias metragens, 13 apresentações musicais, quatro exposições ou instalações, quatro apresentações teatrais, sete livros lançados, um Cartoo, uma revista e um gibi.
100 universitários trabalharam como voluntários no evento e R$ 800 mil foram gastos na cidade com contração de transporte, hospedagem, alimentação, entre outros serviços. Além disso, o Festival deu prêmio de R$ 25 mil para o melhor curta paraibano e a Energisa doou R$ 75 mil para que a Academia Paraibana de Letras possa construir uma estátua de corpo inteiro do poeta Augusto dos Anjos nos seus jardins.
“Eu estou muito feliz com o resultado desta edição do Cineport. O evento produz essa efervescência da cidade ao longo dos dias, é uma troca intensa entre participantes, este ano tivemos entre convidados e participantes diretos do Festival em torno de 180 pessoas vindos de Brasil, Portugal e África lusófona”, conta a diretora geral do evento, Mônica Botelho.
Primeiro encontro das APLs – A diretora ainda destaca a importância do Festival ter promovido, durante o evento, o primeiro encontro nacional das APLs, os Arranjos Produtivos Locais ligados ao audiovisual do Brasil.
“Vieram convidados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que participou ativamente do encontro, e tivemos participantes de diversas regiões do Brasil que vieram discutir as questões da política do audiovisual. Estamos muito esperançosos que essa discussão iniciada aqui produza resultado ainda mais positivos para o cinema paraibano”, frisa Mônica.
Outro ponto positivo elencado, foi o crescimento da produção paraibana, em número e qualidade. Segundo Mônica, a Paraíba já produz um cinema muito forte, de muito valor simbólico, mas desde o início do Festival no Estado foi registrado um aumento maior.
“A produção paraibana foi muito boa. Além da quantidade é importante destacar a qualidade. A gente teve jure que participou das primeiras edições aqui, como o Antonio Loja Neto, critico português de cinema. Ele esteve na primeira edição fazendo a avaliação dos filmes paraibanos e voltou esse ano quatro edições depois e ficou espantado. Ele disse, ‘olha eu nunca vi um resultado tão incrível em pouco temo. Esse cinema jovem paraibano de curta metragem tem muito para mostrar para o Brasil e para o mundo’. Esse cinema que está se produzindo tem muita qualidade estética”, garante.
Produções durante o Festival – O Festival tem sido uma janela de exposição para as obras paraibanas, mas também de troca, onde os realizadores podem ver filmes feitos nos outros continentes.
Mônica Botelho ressalta ainda a capacidade do estado de atrair produções para locações na Paraiba. No festival passado pelo pelos uma produção acabou acontecendo aqui, fruto de acordos firmados durante o evento. Caso do filme “O Grande Kilapy”, de Zezé Gamboa, estrelado por Lázaro Ramos. Nesta edição, dois filmes estavam em curso durante o evento. Um feito por Rodrigo Areias, que aborda a produção de três artistas plásticos: os portugueses Pedro Bastos e Daniel Blaufuks, e o paraibano José Rufino.
Outro filme, também em produção, é a história do político português Olímpio de Freiras, que foge da ditadura portuguesa e aqui se liga a uma série de movimentos dos Sem Terra, as Ligas Camponesas e ao partido comunista brasileiro. As filmagens começaram na Paraíba depois foram para o Rio de Janeiro e São Paulo. O filme está sendo feito pelo diretor Tiago Afonso, realizador de cinema político em Portugal.
“O que a gente gostaria de provocar aqui é ainda um aumento maior dessa produção. É que o estado perceba, os agentes dos governos percebam, que a Paraíba tem muito a oferecer para que produções venham de fora e aqui possam filmar. A Paraíba tem uma cenografia maravilhosa. Tem o sertão, tem o mar, tem uma cidade agradável como João Pessoa, que é cinematográfica e muito bonita. Enfim, o que a gente espera do Festival é que ele deixe legados. E assim um deles foi essa contribuição de abrir a discussão com diversos setores da sociedade envolvida na produção do audiovisual paraibano , para que a gente possa de alguma maneira colaborar para que se fortaleça ainda mais e dê um salto do ponto de vista da produção”.
Redação com Assessoria
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