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Com cheias de rios Taperorá e Paraíba, Boqueirão ultrapassa 24% da capacidade

Chuvas no Cariri paraibano, cheias nos rios Paraíba e Taperoá em Cabaceiras, e água abundante correndo em direção ao açude Epitácio Pessoa em Boqueirão. O açude responsável pelo abastecimento da população de Campina Grande e outros 18 municípios do Agreste, beneficiando cerca de 1 milhão de habitantes, recebeu uma significativa recarga de água, graças as chuvas dos últimos dias.

O manancial, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA), amanheceu nesta terça-feira (03), com 113.896.467 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 24,41% de sua capacidade de armazenamento que é de 411.686.287 m³ de água. As cheias dos dois rios que deságuam em Boqueirão, tem elevado o nível do reservatório desde o início do ano.

No dia 18 de fevereiro, as chuvas aumentaram em 21 cm o volume do açude, conforme dados do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs-PB). Naquele dia, a recarga correspondeu a 2.716.390 m³ de água. O açude atingiu os 21,7% da capacidade total, o que correspondeu a 89.502.558 m³ de água. Posteriormente, o açude ultrapassou os 104 milhões de mil m³, o que representava 22,4% de sua capacidade total de armazenamento.

O volume do Boqueirão já havia aumentado 15 cm após duas recargas registradas no mês de janeiro deste ano. Na primeira recarga, no dia 5, o volume do açude aumentou 3 cm na lâmina d’água, após cheia no rio Taperoá, ficando com 20,4% da capacidade total.

A segunda recarga, de 12 cm, aconteceu entre os dias 6 e 8 de janeiro, após chuvas que provocaram cheia tanto do Rio Taperoá, quanto no Rio Paraíba. Com isso, o Boqueirão atingiu 20,8% da capacidade total. Segundo os dados da Aesa, no dia 8 de janeiro, o açude de Boqueirão tinha cerca de 68,67 milhões de m³ e, após as chuvas, o volume subiu para os 87,70 milhões de m³.

Construído há 63 anos pelo Departamento Nacional de Obras Contra Seca (Dnocs), o Epitácio Pessoa  tem recebido uma das maiores recargas de sua história nos primeiros dois meses do ano. Com isso, aumenta o sonho da população de ver Boqueirão sangrar de novo. Para atingir a marca de sangria o açude ainda precisa aumentar mais de 10 metros.

Com capacidade para armazenar 411,686 milhões de metros cúbicos de água, o manancial foi inaugurado em 16 de janeiro de 1957 e logo se transformou na principal fonte de abastecimento de Campina Grande.

Segundo o especialista e recursos hídricos, Isnaldo Cândido, que durante 20 anos monitorou o açude como gerente de bacias hidrográficas da Aesa, o açude de Boqueirão divide momentos de sangrias maravilhosas, mas também de secas terríveis.  Há dois anos, o manancial viveu a pior seca de sua história, há dois anos. O nível de água atingiu os 4,8% da capacidade total e o açude chegou na sua reserva técnica, o que provocou um racionamento sem precedentes na história de Campina Grande. Com a chegada das chuvas, e das águas advindas da transposição do Rio São Francisco, o açude recuperou parte de sua recarga e aliviou a vida dos paraibanos que dependem do manancial.

Desde a inauguração, em 1957, Boqueirão sangrou 18 vezes, nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986 1989. Depois ele passou 15 anos sem sangrar. Na última vez que o açude sangrou em 2011, a população fez festa para comemorar o espetáculo proporcionado pela natureza. Quando o açude de Boqueirão sangrou pela última vez, , ele teve a melhor fase de sua história. Segundo os dados da Aesa, ele passou 202 dias transbordando água ininterruptamente

Severino Lopes
PB Agora

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