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Com chuvas, açude Boqueirão tem maior recarga dos últimos 12 anos e ultrapassa 32% de sua capacidade

As chuvas caídas no Cariri paraibano, mudaram a paisagem da região, e elevaram de forma significativa, o nível de água armazenada no açude Epitácio Pessoa, localizado na cidade de Boqueirão. Em menos de uma semana, o volume de água quase dobrou no reservatório que é responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 cidades do Compartimento da Borborema.

Segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), no dia 1º o reservatório acumulava quase 70 milhões de metros cúbicos (m3) de água, o que corresponde a aproximadamente 17% de sua capacidade máxima.

De acordo com medição divulgada pela Aesa essa semana, o açude já chegou a 140 milhões de m3. A marca ultrapassa os 33%  do volume máximo do reservatório, que é de 411.686 milhões de metros cúbicos.

Em 30 de abril do ano passado, o açude Epitácio Pessoa estava com pouco menos de 3,5% de sua capacidade.

 

De acordo com dados Aesa, a recarga é considerada a maior dos últimos 12 anos, quando a região Agreste sofreu com a seca.

Ainda conforme dados da Aesa, entre o domingo (15) e a segunda-feira (16) a capacidade do Boqueirão passou de 105,6 milhões de m³ para 119,4 milhões de m³, passando de 25,6% para 29% da sua capacidade total. E não parou de subir.

 

O número corresponde a um crescimento de 984% sobre os 11,9 milhões de metros cúbicos que o reservatório acumulava antes da transposição.

 

O açude vem se recuperando de uma severa crise hídrica, fato que está ressignificando a vida das pessoas que há um ano viviam a iminência de um colapso total de água.

 

O encontro das águas do São Francisco com o espelho d’água de Boqueirão aconteceu na noite do dia 18 de abril de 2017, uma semana após a chegada à bacia hidráulica do açude Epitácio Pessoa. Esse encontro ocorreu 41 dias após as águas do Velho Chico terem chegado no município de Monteiro, também no Cariri da Paraíba.

O reservatório estava com o pior nível desde a fundação, no fim da década de 1950 E   chegou a atingir o “volume morto”, acumulando pouco mais de 11,9 milhões, O último pior índice registrado foi em uma crise hídrica que ocorreu no fim da década de 1990, quando o açude atingiu a margem de 14% do volume total. Ele nunca havia chegado ao volume morto antes.

 

Especialista em recursos hídricos, Isnaldo Cândido, destacou  que a mudança do cenário se deve em parte pelas águas do Velho Chico, e as chuvas ocorridas nas cabeceiras dos rios Taperoá e Paraíba.  

O açude construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), tem um históico  de sangrias maravilhosas e também de secas terríveis. Desde a inauguração ele sangrou 18 vezes, nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986 e 1989. Depois ele passou 15 anos sem sangrar.

Em 28 de dezembro de 1999, o manancial atingiu um dos piores nívéis de sua história, antes da seca do ano passado, chegando ao nível de 14%. Os dias de preocupação acabaram da época cessaram em 1º de fevereiro de 2004 voltou a atingir o nível máximo. As outras novas sangrias ocorreram em 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011”, contou o especialista em recursos hídricos Isnaldo Cãndido.Quando o açude de Boqueirão sangrou pela última vez, em 2011, ele teve a melhor fase de sua história. Segundo os dados da Aesa, ele passou 202 dias transbordando água sem parar. A sangria começou no dia 6 de março de 2011 e só parou no dia 22 de setembro daquele ano.

 

Severino Lopes

PB Agora

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