A chegada do Verão e do período de férias atrai centenas de turistas e banhistas locais para o Litoral paraibano. Porém, apenas as belezas naturais são insuficientes para manter a fidelidade dos visitantes e a garantia de que eles vão voltar. Entra ano, sai ano e as praias urbanas da Região Metropolitana de João Pessoa não têm estrutura para receber os banhistas. Nas mais frequentadas, faltam detalhes que fariam toda a diferença, desde sanitários públicos a chuveiros distribuídos pela areia.
Os quiosques são a única alternativa para quem precisa utilizar um toalete na praia. “A gente libera o banheiro para qualquer banhista, mas outros quiosques cobram pelo uso”, observou o funcionário de um deles, Cosme Barbosa. Geraldo Júnior, gerente de um quiosque na praia de Tambaú, cobra R$ 1 para não clientes utilizarem o sanitário. Ele considera o valor justo para ajudar na manutenção da limpeza.
“Falta infraestrutura nas praias de João Pessoa para dar suporte a todos. Os frequentadores, às vezes, reclamam porque a prioridade é do bar, mas precisam entender nosso lado também. Em época de Verão, de férias ou quando tem show, o movimento é intenso. Tem que organizar a orla para receber os visitantes”, opinou.
O pensamento é o mesmo de quem chega para conhecer a cidade. “Estamos aqui há pouco tempo e percebemos que precisa de uma estrutura melhor. Estive em outras praias do Nordeste, como Porto de Galinhas (PE), Guarajuba (BA), e são bem diferentes, oferecem mais conforto para o visitante”, declarou o funcionário público Elian Aguiar, que mora em Goiás e está de férias em João Pessoa.
A esposa, Rogéria Aguiar, concorda com a diferença entre as praias do Cabo Branco e as de outros Estados. “Se investir aqui, vai melhorar muito e chamar mais turistas”, observou. Guarda-sóis. Na orla pessoense, várias pessoas oferecem mesas, cadeiras e guarda-sóis, cobrando. A questão, porém, não é o preço, mas a legalidade de quem atua. Alguns não são cadastrados pela Prefeitura da Capital e ocupam a areia de forma desordenada.
José Manoel Queiroz é autorizado pelo Município a atuar com seus dez guarda-sóis. Ele relatou, no entanto, que outras pessoas têm iniciado a atividade sem serem liberadas para isso. “É complicado, porque eu, por exemplo, estou legalizado, mas outros chegam, invadem o espaço, e acabam tomando uma freguesia que deveria ser nossa”, observou.
A secretária de Planejamento de João Pessoa, Daniella Bandeira, explicou que a responsabilidade de gerenciar a ocupação da areia por pessoas que alugam cadeiras e guarda-sóis para os banhistas ainda está em fase de transição entre a Prefeitura de João Pessoa e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
Ela destacou que, em tese, ninguém pode explorar área da União para benefício próprio e, inclusive, esse princípio justificou a remoção de todas as barracas de praias. “Estamos em discussão com a União, verificando valores e como será cobrado. Dependemos do governo federal para implementarmos uma política mais ampla. Temos todo o interesse em regularizar. Não vamos retirá-los, mas precisamos saber como permitir que eles ocupem”, analisou.
Redação
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