O prefeito eleito de João Pessoa, Cícero Lucena, do PP, inicia o mandato na prefeitura municipal em janeiro de 2021 já com um comprometimento milionário dos recursos deixados em caixa pela gestão Luciano Cartaxo (PV), sobretudo no tocante ao montante referente ao empréstimo de U$ 100 milhões (de dólares) adquiridos junto ao Banco Internacional de Desenvolvimento (BID).
De acordo com as publicações realizadas no Semanário da gestão municipal, pelo menos metade desse empréstimo já estaria amarrada a licitações e novos contratos que só estarão em vigor no próximo ano, quando Cartaxo não será mais prefeito.
O ‘pacote de bondade’ deixado pela atual gestão, na verdade, se assemelha a uma grande casca de banana para fazer o novo gestor escorregar nos primeiros passos da administração, sobretudo no tocante à execução das promessas de campanha.
A reportagem do PB Agora teve acesso a algumas imagens de documentos que mostram justamente o comprometimento dos valores do empréstimo com obras e serviços, os quais, nem todos, estavam previstos nas prioridades da administração Cícero.
Nesta terça-feira (15), por exemplo, o Tribunal de Contas da Paraíba incluiu a prefeitura de João Pessoa – sob o comando da gestão Cartaxo – entre os entes que devem comprovar transparência nos gastos públicos.
A atitude de Cartaxo vai justamente de encontro ao que o prefeito eleito Cícero Lucena temia. Em uma de suas primeiras entrevistas, Lucena ressaltou que esperava apenas do atual prefeito que ele não deixasse a tais cascas de banana.
“Espero que ele não adote nenhuma medida que é chamada no jargão da política de casca de banana, que faça o que cabe fazer com responsabilidade e com seriedade. É isso que eu espero que Luciano Cartaxo faça, para que me ajude no sentido de que ao assumir a Prefeitura de João Pessoa, eu tenha todas as informações necessárias”, disse Cícero.
Para completar, no último dia 11, faltando menos de 20 dias para o encerramento do mandato, Cartaxo assinou uma Ordem de Serviço no valor de R$ 2,8 milhões para o Trauminha de Mangabeira, após 8 anos de abandono.
A decisão acontece quando toda construção civil se prepara para entrar de recesso coletivo, só retomando o trabalho em 2021. Nos bastidores, analistas políticos avaliam que a assinatura de uma Ordem de Serviço sem o aval da próxima gestão beira, no mínimo, a uma tentativa de inviabilizar o início da próxima gestão.
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PB Agora