Projetado para ser transformado em um novo Centro Cultural, o que restou do tradicional Cine Capitólio, localizado na região central de Campina Grande, corre sério risco de desabamento. Foi o que afirmou ontem o engenheiro Geraldo Magela Barros, Delegado do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Estado da Paraíba. Segundo ele, a estrutura do prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), hoje sem cobertura, oferece risco pelo desgaste que vem sofrendo desde que o cinema foi desativado em 1999. À época o cinema foi adquirido pela Prefeitura por R$ 500 mil.
O Iphaep impetrou na 3ª. Vara de Fazenda Pública de Campina Grande, uma ação civil pública, na qual a Prefeitura figura como ré. Na ação o órgão solicita a recuperação do Cine Capitólio de acordo com as normas vigentes na legislação que regulamenta a preservação dos bens tombados pelo Patrimônio Histórico.
O engenheiro Geraldo Magela também denuncia que além do desgaste das ferragens e das rachaduras na alvenaria, que aumentam cada período chuvoso, o velho Capitólio sendo usado como ponto para consumo drogas. Ele disse que, como Delegado do Crea-PB já fez várias vistorias na antiga estrutura e relatou a situação de risco do imóvel às autoridades municipais.
A diretora-executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo, informou por ofício, que, o Instituto vai realizar por meio de sua Coordenadoria de Arquitetura e Ecologia, uma vistoria no que restou do velho cinema. Nessa vistoria será averiguada a possibilidade de desabamento, face ao atual estado de conservação da edificação.
Requalificação. O secretário de Planejamento do Município, André Agra, explicou que, a Comissão de Defesa Civil de Campina Grande está fazendo monitoramento da estrutura do antigo Cine Capitólio. Agra reconhece que o Capitólio tem mais valor histórico do que arquitetônico. Por isso ele está agendando encontro com a Coordenação de Arquitetura e com a direção do Iphaep. No encontro pretende detalhar as técnicas de requalificação do imóvel, previstas no projeto elaborado pela arquiteta Mayrla Souto Maior, da Universidade Federal de Pernambuco.
André Agra explicou que, a técnica de requalificação que aumentaria o gabarito (altura) do prédio do Capitólio. A modificação na fachada seria, segundo o secretário, suficiente para a figuração do letreiro do antigo cinema. “A proposta chegou a ser aprovada no Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, com voto do representante do Iphaep, mas foi rejeitada no Instituto, sob o argumento de que a arquitetura original estaria sendo descaracterizada”, disse o secretário.
Redação