O desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos encaminhou o pedido de prisão do padre Egídio, solicitado pelo Ministério Público da Paraíba, ao desembargador Ricardo Vital nesta quarta-feira (08). O desembargador Ricardo Vital já atuava como relator em outro processo relacionado ao escândalo envolvendo o padre Egídio durante sua gestão no Hospital Padre Zé.
O padre Egídio enfrenta acusações de desvio de recursos públicos e doações destinadas ao Hospital Padre Zé. Inicialmente, o pedido de prisão foi negado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, José Guedes Cavalcanti Neto. Após a recusa, o Ministério Público recorreu em segunda instância, e o caso foi distribuído ao desembargador Márcio Murilo. No entanto, este optou por remeter os autos ao desembargador Ricardo Vital, que agora decidirá sobre a situação.
O escândalo veio à tona no início de outubro, quando a operação Indignus foi deflagrada em resposta a denúncias de um esquema de desvio de doações e recursos públicos destinados ao Hospital Padre Zé. Em setembro, a Arquidiocese da Paraíba afastou o padre Egídio da direção do hospital e nomeou uma nova equipe de gestão, que conduziu auditorias.
A Arquidiocese revelou que o padre Egídio contraiu empréstimos no valor de R$ 13 milhões em nome do Hospital Padre Zé, mas a destinação desse dinheiro ainda permanece obscura. As principais suspeitas recaem sobre o desvio de fundos da instituição para benefício pessoal.
A operação Indignus executou mandados em dez propriedades ligadas ao padre Egídio, incluindo uma propriedade em Conde e apartamentos de luxo na orla de João Pessoa. Os investigadores encontraram nos locais itens de alto padrão, como lustres e iluminação requintada. A granja incluía móveis rústicos de madeira avaliados em R$ 3 milhões, além de 30 cães da raça Lulu da Pomerânia, uma raça canina de alto valor.
Redação