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Desertificação alcança mais de 27% do território da Paraíba e ameaça solo do estado

Solo rachado, paisagem cinzenta, risos secos, e sequidão. Como se não bastasse a seca, que vem afligindo os paraibanos há anos, outro problema ameaça o solo e a vegetação do estado.  O processo da desertificação avança de forma preocupante e ameaça as terras paraibanas.

A Paraíba é o estado brasileiro mais afetado, proporcionalmente, pela desertificação – processo de degradação ambiental que torna as terras inférteis e improdutivas segundo dados do Instituto Nacional do Semiárido (Insa).

A desertificação é uma consequência das ações humanas e não pode ser revertida – nem com chuva -, apenas desacelerada.

Dados do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostram que a Paraíba é o segundo estado mais impactado pela desertificação que atingiu o semiárido brasileiro nos últimos anos. De acordo com os números, o estado tem 27,7% de sua área total afetada pelo fenômeno e fica atrás apenas de Alagoas, com 32,8%.

O desmatamento, a extração ilegal da matéria, a poluição do rios, são alguns dos fatores que contribuem para o agradamento da degradação ambiental, conforme os especialistas.

As principais causas apontadas são as mudanças climáticas e a destruição da caatinga no Brasil, que neste ano atingiram uma alta de 164% de desmatamento até 1º de agosto em relação ao mesmo período de 2020, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao todo, foram registrados 2.130 focos de queimadas pelo país – o maior número em nove anos.

O relatório também aponta que a desertificação foi acentuada no período entre 2012 e 2017 pela maior seca que se abateu no semiárido brasileiro desde 1850, quando os níveis de chuva começaram a ser registrados.

Os outros estados impactados foram Rio Grande do Norte (27,6%), Pernambuco (20,8%), Bahia (16,3%), Sergipe (14,8%), Ceará (5,3%), Minas Gerais (2%) e Piauí (1,8%). A área já desertificada equivale ao tamanho da Inglaterra, cerca de três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro, ou a 23 vezes a área do Distrito Federal.

Segundo o IPCC, sem políticas públicas para combater a desertificação, a tendência é que as populações locais enfrentarão oscilações na quantidade e regularidade de água, impactando diretamente na “segurança alimentar e prosperidade econômica”.

Além do solo, a desertificação ainda pode afetar a capacidade de rios e açudes,  O processo de desertificação é lento e tem início com o desmatamento de uma área, conforme explica  os ambientalistas.

Como consequência, o solo fica mais fragilizado aos agentes erosivos e perde sua capacidade de absorção de água e nutrientes, desencadeando um maior escoamento superficial. Assim, são levadas grandes quantidades de solo, causando assoreamento dos rios e açudes e, finalmente, o solo chega aos oceanos.

Há quatro anos atrás, dados do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca no Estado da Paraíba (PAE-PB) , mostravam que a Desertificação ameaçava 94% das terras na Paraíba, e era irreversível , Os números revelaram que 93,7% do território do estado está em processo de desertificação, sendo que 58% em nível alto de degradação.;

Além da desertificação, a seca é outro problema que afeta a Paraíba. Todo o território paraibano ainda sofre em algum grau com a seca, segundo a nova atualização do Monitor de Secas .

Segundo o estudo, a área com seca moderada subiu de 58% para 62% entre fevereiro e março no leste, sendo que o restante do território apresentou seca fraca.

SL

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