A diferença de horas dedicadas por homens e mulheres, na Paraíba, aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos caiu de 13,3 horas, em 2019, para 11,5 horas, em 2022, de acordo com o estudo “Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (8). Apesar da melhora, a Paraíba ainda tem a sétima maior disparidade de gênero nesse quesito no país.
Em 2022, as mulheres paraibanas dedicavam em média 23,9 horas semanais a essas atividades, enquanto os homens dedicavam 12,4 horas. Essa diferença impacta diretamente a inserção das mulheres no mercado de trabalho, especialmente daquelas com filhos pequenos.
Participação das mulheres no mercado de trabalho ainda é menor que a dos homens
Na Paraíba, a taxa de ocupação das mulheres com idade entre 25 e 54 anos e com crianças de até seis anos de idade no domicílio era de 45,3% em 2022, enquanto a dos homens era de 84,9%. Essa diferença de 39,56 pontos percentuais é a maior do Nordeste e a 4ª maior do país.
Mesmo na ausência de crianças no domicílio, a desigualdade persiste, embora em menor escala. A taxa de ocupação das mulheres paraibanas sem filhos era de 50,1% em 2022, enquanto a dos homens era de 73,3%.
Mulheres são maioria entre os docentes do ensino superior
Em contraste com a disparidade no mercado de trabalho, as mulheres são maioria entre os docentes do ensino superior na Paraíba. Em 2022, elas representavam 50,1% do corpo docente, a 4ª maior proporção do país.
Participação das mulheres em cargos gerenciais cresce, mas ainda é minoritária
A participação das mulheres em cargos gerenciais na Paraíba também vem crescendo. Em 2022, elas ocupavam 43,1% desses cargos, um aumento de 11,8 pontos percentuais em relação a 2012. Apesar do crescimento, a participação das mulheres ainda é minoritária, com os homens ocupando 56,9% dos cargos gerenciais.
Participação das mulheres na política ainda é baixa
Nas eleições de 2022, apenas 35,5% das candidaturas para a Câmara dos Deputados na Paraíba eram de mulheres. No mesmo ano, apenas 16,2% das cadeiras nas Câmaras de Vereadores do estado eram ocupadas por mulheres.
Razão de mortalidade materna atinge menor valor desde 2009
Em 2022, a razão de mortalidade materna na Paraíba foi de 47,2 mortes por 100 mil nascidos vivos, o menor valor desde 2009. O resultado está dentro da meta do ODS 3.1, que visa reduzir a mortalidade materna para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Taxa de fecundidade cai, seguindo tendência nacional e regional
A taxa de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos na Paraíba era de 58,7 nascidos vivos a cada 1.000 mulheres desse grupo em 2022, abaixo da média do Nordeste (62,5‰). A taxa vem caindo gradativamente nos últimos anos, tanto no estado quanto no país e na região.
Violência contra as mulheres
Em 2019, 79% das mulheres de 18 anos ou mais de idade vítimas de violência física na Paraíba sofreram a violência na própria residência. O agressor era pessoa conhecida em 92,8% dos casos.
Desafios para a igualdade de gênero
Os dados do estudo “Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil” revelam que, apesar de alguns avanços, ainda há muitos desafios para alcançar a igualdade de gênero na Paraíba. É preciso continuar trabalhando para reduzir a disparidade de gênero no mercado de trabalho, aumentar a participação das mulheres na política e combater a violência contra as mulheres.