A Política de Atendimento a Migrantes e Refugiados(as) na Paraíba, mais especificamente ao povo venezuelano warao, tem sua gestão conduzida pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH), conforme os parâmetros das normativas e leis que regem a Política de Assistência Social no Brasil, organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e pelas diretrizes dos Direitos Humanos. O apoio é feito em parceria com a Arquidiocese da Paraíba e atende aproximadamente 250 indígenas, somente na capital. Quem fala dessa realidade e como os indígenas estão deixando de ir para as ruas pedir ajudas é o diretor do Hospital Padre Zé, o pároco Egídio de Carvalho.
Na Paraíba, essa condução iniciou em meados de fevereiro de 2020, quando o Estado recebeu em seu território migrantes refugiados(as) venezuelanos(as) da etnia warao que estavam vivendo sob condições de extrema vulnerabilidade social. Os municípios que até o presente momento contam com a presença de indígenas em seus territórios são João Pessoa e Campina Grande.
Para o pároco Egídio de Carvalho, atualmente os indígenas venezuelanos da etnia Warao, não precisam mais pedir esmolas nos semáforos da cidade. “Essa mudança de comportamento ocorreu porque criamos uma infraestrutura que está sendo capaz de abrigá-los, sem que eles se desloquem para as ruas. Como se trata de uma tribo indígena em que todos se sentem família, eles vivem fazendo um rodízio de visitação entre si. Alguns saem daqui e vão visitar os que estão em outros estados e vice-versa. Mas nosso número de acompanhamento por semana em João Pessoa é de 250”, comentou.
Segundo o diretor do hospital, atualmente há cinco abrigos alugados (situados em casas nos bairros de Jaguaribe, no Bairro Jardim 13 de Maio, na Torre e em uma Escola Estadual no Conjunto Ernani Sátiro), destinados a este público, sendo que em um deles o grupo está passando um período em outro estado. “Mas, o local guarda os pertences deles que, já avisaram, que estão retornando a João Pessoa”, destacou o religioso que pede as autoridades que estes, sejam vacinados contra a covid-19, pois eles estão aqui mais na condição de refugiados do que de indígenas. Por isso, não entraram no grupo de prioritários. “Mas estamos solicitando através do Ministério Público Federal que haja a inclusão deles nos grupos prioritários para que todos sejam vacinados”, disse Egídio de Carvalho.
Redação