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Dom Aldo abre Campanha da Fraternidade e diz que igreja ficou ferida com declarações de Luiz Couto

O Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, abriu oficialmente no final da tarde desta quarta-feira de cinzas (25) a Campanha da Fraternidade 2009, que marcará o início da reflexão e dos debates sobre a segurança pública no país. Em entrevista ao portal PB AGORA, Dom Aldo declarou que a doutrina católica ficou ferida e comprometida com as declarações do padre e deputado federal, Luiz Couto (PT), em defesa do uso da camisinha, combate a intolerância e discriminação de homossexuais, princípios que contrariam os entendimentos do Vaticano.

Após as declarações na imprensa local, Luiz Couto foi proibido por Dom Aldo de realizar atividades sacerdotais.

O arcebispo da Paraíba informou esperar que Luiz Couto não peça somente desculpas, mas se retrate explicitamente sobre a posição ambígua que tomou.

“Não podemos ferir a doutrina cristã católica e o evangelho, pois estaríamos negando a nossa identidade, a vida e a missão da própria igreja”, disse Dom Aldo.

“Nós padres somos os primeiros responsáveis pelo esclarecimento do povo e ao afirmar uma ambigüidade você confunde a cabeça da população”, completou.

Segundo Dom Aldo, política partidária e sacerdócio não combinam.

“Tolera-se, entende-se uma missão ou vocação especial com o apoio da população que votou maciçamente no deputado, mas não se pode misturar opiniões particulares ou do partido com a doutrina católica que ficou ferida e comprometida com as afirmações de Luiz Couto”, esclareceu o arcebispo.

“É preciso separar o que é política e o que é igreja, por exemplo, o presidente Luis Inácio Lula da Silva toma a mesma posição, tanto que distribuiu preservativos, mas diante da religião deve-se esclarecer que este ato vai contra a doutrina da igreja”, informou.

“Luiz Couto tocou em assuntos de extrema delicadeza, então temos como, sem sermos grosseiros, indelicados ou agressivos, dirimirmos estas questões pertinentes a dois “pratos” – o que é de religião e de fé ou o que é de política e outras questões” completou o arcebispo.

 

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

Para a Igreja Católica, o dia de hoje marcará o início da reflexão e dos debates sobre a segurança pública no país. Nesta quarta-feira de cinzas foi lançada, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade de 2009 com o tema Fraternidade e Segurança Pública.

A proposta é estimular o debate sobre as causas da violência, contribuir para a promoção da cultura da paz na sociedade e a construção da justiça social. O lema da campanha, que estará estampado nos cartazes, será “A Paz é Fruto da Justiça”.

Tema que costuma causar polêmica, a maioridade penal está entre os assuntos a serem discutidos. Serão também abordados os diversos aspectos da violência como o racismo, a violência no trânsito, contra os povos indígenas, no meio familiar, a praticada por policiais e contra os policiais.

As discussões não deixarão de fora o lado político. Um dos objetivos específicos da campanha é denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos de prisão especial, de foro privilegiado e de imunidade parlamentar para crimes comuns.

A última campanha teve como tema Fraternidade e Defesa da Vida, se posicionando contra o aborto e a eutanásia, entre outros pontos. A campanha é feita desde os anos 60 e a cada edição aborda um tema diferente.

Thiago Moraes


PB AGORA

 

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