Perigo no ar e na terra. Um equipamento instalado para oferecer mais segurança no pouso de aeronaves. Um dos mais modernos do País, mais não tem funcionando de forma plena. O Instrument Landing System (ILS), instalado no Aeroporto Presidente João Suassuna em Campina Grande, permite uma aterrissagem mais segura através de sinais de rádio que são recebidas em instrumentos de bordo e somente é encontrado nos maiores aeroportos do País.
Só que este equipamento que custou cerca de R$ 10 milhões, não tem funcionado de forma plena e impedido algumas decolagens em situações climáticas adversas. Esta semana, dois aviões deixaram de pousar no Aeroporto João Suassuna em virtude das condições meteorológicas adversas.
O dia ensolarado com poucas nuvens no céu favorece a os pousos e decolagens no aeroporto. Mais quando neblina, a baixa visibilidade acaba comprometendo a operação dos vôos.
Esta semana, devido a serração, dois voos foram deslocados e os passageiros tiveram que esperar por quase 10 horas. O atraso afetou a vida de muitos passageiros que iriam embarcar e desembarcar no Aeroporto de Campina Grande.
Os passageiros de uma companhia aérea ficaram esperando mais de 10 horas. A situação dos passageiros só foi resolvida com realocação em outros voos.
Os passageiros relataram que ficaram aguardando no saguão do aeroporto desde a madrugada por voos da mesma companhia aérea com destino a vários lugares, a maioria deles para Salvador, onde fariam conexão. A fila de embarque e desembarque foram feitas e desfeitas várias vezes.
Em nota, a Gol informou que devido às condições metereológicas adversas no aeroporto de Campina Grande houve uma restrição de voos e por isso precisou realocar os passageiros para outros voos. Já a direção do Aeroporto Presidente João Suassuna informou que devido à baixa visibilidade causada por neblina, dois voos tiveram alterações. Segundo a nota emitida, o avião da Azul vinha do Rio de Janeiro, mas alternou o pouso para Recife. O outro avião, da Gol, faria o percurso Congonhas – Salvador – Campina Grande, mas parou na capital baiana.
A direção do Aeroporto João Suassuna informou que esse tipo de atraso por causa da baixa visibilidade tem sido recorrente. A solução para evitar de vez esse tipo de problema, seria o aparelho ILS que auxilia as aeronaves durante pousos e decolagens em condições de baixa visibilidade. Segundo o Aeroporto, o equipamento está funcionando de forma parcial devido às torres de transmissão da Chesf, que ficam perto da cabeceira da pista. E impedem o equipamento de operar com 100¨% de sua capacidade.
Apesar das recentes reformas feitas no Aeroporto, e que totalizaram mais de R$ 2 bilhões, nenhuma medida foi tomada para fazer o equipamento operar em sua plenitude.
Quando foi instalado, há cerca de 10 anos, de 20 aviões não conseguiram aterrissar no aeroporto, principalmente pelas condições climáticas. No havia visibilidade suficiente para que as aterrissagens fossem feitas com segurança. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o equipamento funciona através de uma emissão de sinais indicativos da rampa de aproximação, pelo localizador e pelos marcadores, que indica o eixo da pista.
O ILS é baseado na transmissão de sinais de rádio, que são recebidos, processados e apresentados nos instrumentos de bordo, definindo uma direção que representa o prolongamento do eixo da pista, permitindo, dessa forma, uma aterrissagem segura.
Na época, a direção do aeroporto alertou que mesmo que o ILS (aparelho que auxilia a aproximação de aeronaves por instrumentos) estivesse em funcionamento, ainda assim os pousos poderiam não ser autorizados.
Segundo o Aeroporto, o instrumento melhora em 40% as condições de pouso, mas isso não quer dizer que ele resolve integralmente os problemas relacionados a estas condições.
O equipamento instalado em Campina Grande é o mais moderno do país em termos de sistema de aproximação por instrumentos, entre os ILSs categoria 1, que aumentam o grau de precisão e reduzem a quase zero o índice de erro com relação ao eixo de pista. Com o ILS, o teto para pouso será reduzido, diminuindo significativamente a possibilidade de um voo ter que arremeter e não poder pousar devido às más condições do tempo.
Severino Lopes
PB Agora
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