Engenheira ambiental e pesquisadora da Univesidade Estadual da Paraíba (UEPB), a professora Veruska Brasileiro,classificou como grotesco o ato de se transferir água do rio São Francisco que chega ao rio Paraíba, através de um Termo de Cooperação entre Paraíba e Pernambuco, para servir também para a indústria têxtil, em especial o jeans, no polo de confecções do estado vizinho.
Em entrevista a Radio Campina FM, ela ressaltou que os empresários do ramo têm que se conscientizar e a lei obrigar as indústrias têxteis a usaram água de reúso nas confecções.
– Pela Legislação brasileira, sabemos que a água tem que atender o setor industrial, no entanto o rio São Francisco tem vários usos. Além do consumo humano, que beneficia mais de 40 milhões, é responsável pela energia produzida no Nordeste. Será que o São Francisco tem condições de atender à demanda industrial, irrigação, consumo humano e produção de energia? Eu sou contra o uso da água para uso industrial, temos outras fontes de água sem estar comprometendo o abastecimento humano – disse ela.
A especialista ressaltou que como a água do São Francisco é considerada nobre, ela não deveria servir para ser utilizada na indústria e que os empresários deveriam ser obrigados a usarem água de reúso e que os mesmos investissem nisso.
– É inadmissível que os órgãos públicos permitam o uso de forma irracional, para fins industriais. Poderia forçar que essa indústria tivesse como prioridade o reúso de água. Os recursos do rio não são infinitos e a região semiárida está cada vez mais carente por água. É uma decisão precipitada, errônea e grotesca, que deveria ser reavaliada. Eu sou a favor de que se leve água para Pernambuco, pois é um bem comum a todos, mas para o uso industrial não, pois compromete futuramente a população – criticou.
Redação