Na Paraíba, 15 parques eólicos em operação geram 156,7 megawatts. Doze dos parques estão localizados na cidade de Mataraca, no Litoral paraibano, dois em São João do Sabugi e um em Santa Luzia, no Sertão do Estado. Neste sentido o instrutor Isaque Amorim, do Senai Paraíba e a pesquisadora doutora Ricélia Maria Marinho Sales, da Universidade Federal de Campina Grande, uma das coordenadoras do Grupo de Pesquisa em Sistemas de Indicadores em Sustentabilidade Urbana, Rural e Ambiental falam do potencial das energias renováveis na Paraíba.
A energia eólica é caracterizada pela transformação da energia do vento para produção de eletricidade. Já a energia solar é captada através de painéis solares, que também é convertida em energia elétrica. “Posso destacar o grande potencial solar e eólico que existe na Paraíba tanto em nível de radiação solar, que é um dos maiores índices do Brasil registrado, inclusive do mundo, e a eólica também. No interior da Paraíba tem muitos ventos com velocidade constante que favorecem para a implantação de parques eólicos”, afirmou Amorim, ressaltando que a cidade de Sousa, que fica no Sertão da Paraíba, tem grande potencial para instalação de usinas fotovoltaicas por causa dos índices de radiação solar.
Segundo a pesquisadora doutora Ricélia Maria Marinho Sales, não se discutia energias renováveis nos campi das universidades no interior, a não ser os procedimentos técnicos, na engenharia. O uso de energias renováveis passou a ser incentivado pelo governofederal a partir da implementação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o Proinfa, de 2002, com o “objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos tendo como base fontes ‘limpas’ para a geração de energia”. O conceito de “limpas” naquela época era apenas relacionado com a produção de carbono; hoje considera-se produção limpa aquela que mantém as condições não poluentes, ausentes de impactos, desde a etapa inicial de produção, o deslocamento, a instalação, o que não se aplica às energias renováveis, conforme os pesquisadores.
A partir do Proinfa, deu-se início no Brasil a uma atuação diferente para a comercialização da energia, incentivando a instalação de usinas eólicas. O desenvolvimento teve como base o Atlas Potencial Eólico Brasileiro, lançado em 2001. O primeiro aerogerador eólico na Paraíba começou a operar em 2007, em Mataraca, no Litoral. Em âmbito de políticas públicas, o Governo da Paraíba instituiu a Política Estadual de Incentivo à Geração e Aproveitamento da Energia Solar e Eólica no Estado da Paraíba em 2016 (Lei Nº 10.720), para fomentar a instalação de empreendimentos.
Redação