O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima em 1.108.970 pessoas residentes em localidades indígenas e 1.133.106 moram em quilombos no Brasil. A publicação Dimensionamento emergencial de população residente em áreas indígenas e quilombolas para ações de enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus foi produzida em caráter de urgência em 2020 a pedido do Ministério da Saúde, com o objetivo de planejar a imunização de grupos vulneráveis contra a covid-19. De acordo com o levantamento, a Paraíba conta com uma população de 21.457 de residentes em áreas indígenas. Já no dimensionamento da população residente em áreas quilombolas, o Estado confirma 19.117 quilombolas residentes.
Utilizando uma combinação de dados do Censo 2010 com a versão mais atualizada da Base Territorial, que estima o número de domicílios ocupados, o estudo levou em consideração áreas já mapeadas no planejamento do próximo Censo, a ser realizado em 2022. “Muito do que foi divulgado só foi possível graças ao planejamento do próximo Censo, com o mapeamento e a criação de uma base territorial que contempla a autodeclaração das comunidades quilombolas. Isso é inédito”, disse, em nota, a analista responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes.
A pesquisadora destacou o caráter experimental da estimativa emergencial. “Somente com o Censo 2022 nós vamos conhecer a população quilombola. O que fizemos até aqui é uma metodologia de estimação muito específica, para um momento específico, com um uso específico. Esses dados não podem ser usados como estimativa populacional para outra finalidade”, afirmou Marta. “Um detalhe que talvez passe despercebido – e que o relatório também esclarece – é que o dimensionamento emergencial não traz o total de população indígena ou quilombola, mas a quantidade de pessoas residindo em localidades indígenas ou quilombolas”, diz o IBGE.
O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, ressaltou a importância da divulgação desses dados, em tempo hábil, para as secretarias de saúde e gestores locais. “O grande avanço que essa estimação dá é revelar concentrações populacionais desses grupos nos municípios, porque muitas vezes não são conhecidos pelo poder público local. A própria prefeitura, que executa o Plano Nacional de Imunização, muitas vezes desconhece que essas comunidades estão lá”.
Na Paraíba – São áreas indígenas as cidades de Marcação (9.008), Rio Tinto (6.978) e Baía da Traição (5.471). O IBGE registrou presença de população quilombola em 57 cidades paraibanas. Se destacam, João Pessoa (3.091), Serra Branca (2.389), Taperoá (1.066), Conde (1.040), Cajazeirinhas (750) e Belém do Brejo do Cruz (687). O levantamento levou em consideração ainda municípios com presença de população quilombola não dimensionada. São eles: Alhandra, Boa Ventura, Brejo do Cruz, Caaporã, Curral Velho, Gurinhém, Juru, Passagem, Pitimbu, Remígio, Riachão, São José do Brejo do Cruz e Tavares.
Da Redação com dados do IBGE